Idealizado por um empresário bento-gonçalvense, o “Angels Doações”, ferramenta que agiliza doações para ONGs, já conta com 54 entidades beneficentes cadastradas, espalhadas por oito cidades gaúchas

Em uma época corrida, onde aplicativos de serviços de delivery, transferência bancária e transporte são cada vez mais populares, a tecnologia também é uma aliada prática para aqueles que fazem o bem. Idealizado em 2018, pelo empresário bento-gonçalvense Mateus Sgarbi, o aplicativo Angels Doações, disponível para aparelhos Android e iOS, foi pensado justamente para facilitar à vida de quem doa para entidades beneficentes.

A ideia que surgiu a partir da experiência pessoal de Sgarbi, que já tinha por hábito, há quatro anos, contribuir com entidades, ganhou força com o auxílio de Morgana Furlan, convidada para cuidar do marketing e gerenciar a plataforma. Ao todo, foram nove meses de planejamento e desenvolvimento, até a ferramenta ser disponibilizada.

Lançada oficialmente no dia 14 de dezembro de 2018, em cerimônia na Fundação Casa das Artes, com o cadastro inicial de 13 ONGs de Bento Gonçalves, a plataforma tem apresentado uma expansão constante. Em um ano, o número de entidades atendidas na cidade chegou a 19. Mas a evolução não para por aí. Hoje o aplicativo já funciona em outros oito municípios gaúchos, beneficiando um total de 54 entidades, espalhadas por Caxias do Sul, Gramado, Marau, Nova Prata, Pinto Bandeira, Carlos Barbosa, Garibaldi e Arvorezinha.

Mateus Sgarbi, idealizador e investidor do Angels Doações (Foto: Arquivo)

Outros números que chamam a atenção dizem respeito aos doadores. Atualmente, o aplicativo conta com dois mil usuários cadastrados, sendo que 50 deles são contínuos, ou seja, pessoas que se cadastraram para destinar um valor fixo mensal às entidades escolhidas.

Segundo adianta Morgana, embora a reunião de metas ainda não tenha sido realizada, uma nova expansão é prevista para 2020. “Em 2019 nos espalhamos pelo Rio Grande do Sul, e a expectativa agora é conseguir atingir o Brasil. Já temos, inclusive, duas entidades, uma de Recife e uma de São Paulo, que solicitaram a inclusão em nossa rede. Ainda não estão ativas, pois estamos aguardando a solicitação de dados”, conta.

“Foi um ano de muito trabalho e aprendizado, a gente não conhecia esse mercado de doações, então tudo era bastante novo, uma luta constante. Mas mesmo com dificuldades como a mudança de sistema, conseguimos ajudar muita gente. Estamos muito felizes de distribuir esses R$28 mil, afinal nossa ideia sempre foi causar impacto social e provocar mudanças”, Morgana Furlan

Conforme ela explica, sempre que uma ONG entra em contato é feito um trabalho criterioso antes do cadastro para confirmar a idoneidade da solicitante. “A ONG que pretende participar só precisa preencher o cadastro online fornecido em nosso site. Uma vez que isso é feito, é gerado um formulário, o qual eu analiso. Verifico então, se ela (ONG) existe mesmo por meio do cadastro de CNPJ, verificamos as redes sociais e costumamos visitar as entidades pessoalmente”, explana.

Segundo ela, com o intuito de ampliar ainda mais essa rede do bem nos dois lados da cadeia, em número de doadores e de entidades beneficiadas, em breve, a plataforma deve contar com o contrato de uma agência de publicidade. No último ano, além de aperfeiçoamentos no aplicativo e da promoção de eventos, como o Dia de Doar, que passará a ser anual, e a Festa dos Esportes, que encerrou o ano com diversas entidades esportivas beneficiadas pelo aplicativo, a grande novidade foi à criação do site, o que facilitou tanto as doações quanto a divulgação do aplicativo e o contato direto do público. “Focamos mais em melhorias internas. O grande ganho foi o site, que possibilitou que cada entidade pudesse compartilhar em suas redes o seu link para doação. Então ofertamos a ferramenta e cada ONG se encarrega de fazer sua divulgação”, assinala.


Mas muito além de aperfeiçoamentos e ampliação do número de entidades cadastradas, obviamente, o que recebe maior destaque na avaliação do primeiro ano do Angels são os valores arrecadados e a solidariedade dos doadores. Até o fim de dezembro, mais de R$28 mil já haviam sido arrecadados. “No fim do ano, por exemplo, teve um caxiense que doou 10 mil entre quatro entidades. Semana passada, fiz uma transferência de R$800 para o Lar Luchese, e a Anjos Unidos deve receber R$1500 só esse mês. Então são valores bem significativos e que são sempre uma grata surpresa para quem recebe. É um aporte que não existia antes. Estamos muito felizes com tudo isso”, finaliza.