No Brasil, a vida e a saúde de milhares de bebês recém-nascidos estão em risco por conta de falhas na gestão da rede pública de assistência, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), o País sofre com um déficit de 3.305 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) específicos para o acolhimento de crianças que nasceram antes de 37 semanas e que apresentam quadros clínicos graves ou que necessitam de observação.

Esse número representa quase a metade dos serviços já disponíveis e foi estimado com base no parâmetro ideal estabelecido pela SBP: quatro leitos para cada grupo de 1 mil nascidos vivos.

Atualmente, de acordo com o CNES, existem em funcionamento 8.766 leitos do tipo no País (públicos e privados), o que corresponde a uma razão de 2,9 leitos por grupo de 1 mil nascidos vivos. Se considerados apenas os leitos oferecidos pelo Sistema Único da Saúde (SUS), essa taxa cai para 1,5 leitos/1.000, considerando-se as 4.677 unidades disponíveis para essa rede.

Além da preocupação com a oferta de UTIs, a SBP também alerta para a importância de que as gestantes passem por um pré-natal de qualidade, com um número mínimo de seis consultas durante a gravidez e com o acesso aos exames necessários. Há inúmeros relatos de dificuldades das mulheres para completar esse ciclo, que deve incluir a realização de consultas, ecografias e mesmo de testes para diagnóstico de sífilis e outras doenças.