É demasiado confortável fingir enxergar as qualidades de quem não está próximo. Digamos que, além disso, muitas vezes são só uma falsa sensação de qualidade. Infelizmente tudo que se torna rotineiro é também ‘batata’ tornar-se comum, invisível ou praticamente sem importância – quando não se torna um fardo.

O que não está em nosso raio de alcance é como uma borboleta, voando plena, com suas formas e cores abstratas perfeitamente criadas pela natureza. Quando entram em casa, atraídas pela luz, são imediatamente vistas como mariposas, soltando pó e debatendo-se ao redor. Enquanto do lado de fora, alguém espia com desejo pela janela, aquela borboleta jeitosa.

Quando a borboleta está à solta, voando majestosamente no jardim, embelezando a paisagem sob a luz do sol, não é preciso lidar com seus defeitos. Sabendo que a borboleta vai para longe, encantar outros olhos, é bem mais desafiador e a adrenalina é liberada imediatamente na corrente sanguínea. Quanto tempo ela ficará dançando para mim, enquanto outros que são muito melhores que eu a querem ver também?

Ao mesmo tempo que existe um sentimento de comodismo e conforto com o que se tem, existe a desvalorização do que seria esse “troféu”. Qual é o time que vive de taça empoeirada?

O que não se vê, é que cada taça compõe aquele altar e juntas contam a história.

Mas então eu deveria estar correndo atrás da próxima taça? De certa forma sim, porque ninguém aqui tem que estar conformado. Mas é preciso polir e se orgulhar das que já possui.

Embora nossos objetivos nasçam do que nos falta, o erro é criar necessidades para o que não precisamos. Idealizamos dando valor às cegas, achando que poderemos ser melhores quando alcançarmos. E pasmem, muitos, quando têm a oportunidade de alcançar, preferem continuar na fantasia que viver a realidade.

O momento presente, gostemos ou não, é o que temos. As pessoas que escolhemos como parceiros, amigos e família (vocês não estão preparados para essa conversa), foram escolhidas por algum (vários) motivo. Estamos vivendo um caos, o inimaginável, uma guerra. O que menos precisamos é fingir que não está acontecendo. E o que mais precisamos é de apoio. Falta de tempo não é desculpa agora.