Uma obra que seria para dar mais dignidade a uma comunidade está provocando indignação. Os moradores do bairro Municipal estão há dois anos sonhando com o momento de verem o local onde moram pavimentado, canalizado e com um condomínio para abrigar aqueles que estão em situação de risco atualmente. A solução, apresentada ainda em 2011 para a comunidade, chegou a ganhar forma no início de 2012, mais precisamente no mês de abril, porém não saiu do papel.

Chegamos em abril de 2014 e agora todos silenciam. O poder público não consegue empresas para tocar o projeto adiante e o processo licitatório fica emperrado. A Caixa Federal, por sua vez, avisa que a prefeitura tem até maio de 2015 para entregar a obra, senão o dinheiro será devolvido ao Governo Federal.

Com isso, chega-se a conclusão que o Executivo terá que fazer em um ano o que não fez em dois anos. Trabalhar duro durante 365 dias, para compesar os 730 de inércia e enrolação. O mais interessante é que, quando uma obra dá certo, todos querem ser o pai da criança. Quem assinou o contrato, quem projetou e até quem deu a ideia. Porém, quando ela não sai de papel, a transferência de responsabilidade é imediata. Ninguém assume o erro. O prefeito antigo disse que não teve tempo hábil de fazer. O que assume garante que tudo o que tinha sido projetado estava errado e precisa ser refeito. E,desta forma, o tempo vai passando, as desculpas vão se repetindo e as obras não saem do papel. Quem paga por isso: a comunidade de um bairro inteiro que, mais uma vez, se sente enganada por promessas que nunca se realizam.

Enquanto a questão for mais política e a vaidade pessoal de nossos políticos falar mais alto que a vontade de fazer as coisas vai ser assim.

É difícil encontrarmos administradores que pensem em deixar sua marca pelo trabalho e por realizações. Aquele que os eleitores sentem saudade e tinham certeza que ele faria acontecer. Hoje, quem era pedra, virou vidraça e vice-versa. No final, todos farinha do mesmo saco, pois não conseguem atender ao anseio da população que os elegeu.

Perdemos os recursos do presídio (governo do Estado), Biblioteca Pública (prefeitura) e outros recursos mais que silenciosamente não são divulgados. A revitalização do bairro Municipal está com o sinal amarelo ligado. Será este o próximo recurso a ser perdido?