Quantas vezes você já se pegou perguntando o que passa pela cabecinha do seu filho? Bem-vinda a um clube que não é exclusivo de mães. Também cientistas, pedagogos e outros especialistas em desenvolvimento infantil se colocam essa questão e, a cada ano, somam descobertas surpreendentes para quem tende a achar que o bebê vive em um mundo próprio, alheio ao que se passa ao redor. Essas pesquisas desvendam a mente maravilhosa das crianças e dão pistas valiosas para você entender e estimular seu pequeno.

Até 3 meses

Desde os primeiros dias, o bebê presta atenção em palavras e padrões de frases, mesmo sem compreender o que é dito. Logo estará respondendo a elas com uma comunicação não verbal, que se estabelece por sorrisos e olhares quando os pais se aproximam, ou diante de um estímulo, como uma música.

No primeiro mês, seu filho já reconhece as pessoas da família e reage às gracinhas. Entre o segundo e o terceiro, desenvolve um tipo de choro para cada situação e está bem consciente da importância da mãe para seu bem-estar. A linguagem se desenvolve com rapidez e, no final desse trimestre, ele começa a emitir os primeiros sons, dando início a uma forma rudimentar de diálogo. O fato de não falar não significa que a criança não entenda boa parte do que dizemos. E está mais do que provado que conversar com o bebê favorece o desenvolvimento intelectual e emocional.

O primeiro benefício é a estimulação da própria fala e, intuitivamente, as mães são boas nisso. Segundo os pesquisadores, nossa mania de exagerar na entonação e esticar as vogais ao falar com o pequeno ajuda-o a perceber as variações de sons. Além de investir na clareza da pronúncia, outro bom estímulo é nomear ações, partes do corpo e objetos, apresentando-os de forma simples à criança desde os primeiros meses de vida.

De 3 a 6 meses

Seu pequeno está muito mais observador no início desse trimestre e ensaia as primeiras tentativas de imitar as pessoas ao redor. Ele também expressa melhor as emoções e dá um salto na capacidade de compreensão. É hora de, suavemente, começar a impor alguns limites, dizendo ‘não’ sempre que necessário. A mãe deve ficar atenta e aproveitar todas as oportunidades de elogiar quando o filho se supera.

Na linguagem, também há o que comemorar. Com 4 meses, seu filho identifica o próprio nome e entende quando é chamado. E, aos 5, reconhece as vozes das pessoas próximas. É o momento em que ele começa a notar a presença de estranhos e, dependendo do seu temperamento, pode até ficar com medo. Ligadíssimo no tom da voz dos adultos, muitas vezes chora se percebe que alguém fala com ele de maneira dura.

Mas, não é só no campo da linguagem que a turminha surpreende. Também a matemática está no radar dos pequenos dessa idade. Um trabalho realizado revelou que, pelo quinto mês, os bebês têm noção de quantidade. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram um teatro de fantoches. E, de vez em quando, tiravam dois bonecos de cena. A cada mudança, a plateia mirim reagia como se houvesse algo errado. Outra comprovou que os bebês também conhecem algumas de percepção. Prova disso é que demonstraram estranheza ao ver uma caixinha se deslocar no ar, sem apoio, em vez de cair, e ficaram intrigados com um objeto que desaparecia em um lugar e reaparecia em outro, sem movimentos de transição. Na interpretação dos cientistas, é essa noção que ajuda a criançada a calibrar os movimentos, evitando muitas quedas e colisões.

De 6 a 12 meses

É nessa fase que surge uma compreensão dos sentimentos alheios. Por pura empatia, seu filho pode derramar lágrimas ao ver outro bebê chorando ou tentar consolar, à sua maneira, alguém que esteja triste. Ao que tudo indica, ele possui, também, um senso de justiça. Os pesquisadores colocaram crianças de 9 meses diante de uma série de desenhos animados, nos quais um personagem sempre passava a perna no outro. No final, elas deviam escolher o boneco de um dos dois para brincar. Resultado: nenhum dos bebês do grupo quis ficar com o malvado da história.

Entre 8 e 10 meses, seu filho pronuncia monossílabos, reconhece a própria imagem no espelho e compreende o significado de alguns gestos, que tenta repetir, como bater palmas para sinalizar contentamento, balançar a cabeça quando não quer alguma coisa e dar tchau. Por isso, fique alerta aos exemplos que fornece e seja coerente ao impor limites. Apesar de tantos avanços, não pense que, de agora em diante, bastará explicar as coisas verbalmente. Se a criança pega o controle remoto, a melhor medida é tirá-lo das mãos dela com gentileza e guardá-lo em um lugar mais alto, enquanto diz que aquilo não é brinquedo.

De 1 a 2 anos

Eles já têm senso de humor e se divertem com caretas e imitações. Por volta de 1 ano e meio, pronunciam algumas palavras completas, começam a criar frases curtas e referem-se a si mesmos na terceira pessoa – chamam-se de “o bebê”. Seu filho também já entende o significado de expressões relativas ao espaço físico, além ter algumas noções de causa e efeito, como saber que, caso vire o copinho com o suco, o líquido irá se derramar e poderá molhá-lo.

Com uma capacidade de concentração mais apurada, consegue acompanhar histórias curtas. Então, se ainda não o fez, aproveite para apresentá-lo aos primei- ros livros, cultivando desde já o prazer da leitura. Prepare-se, também, para lidar com algumas teimosias. Nessa idade, a criança tem bastante vontade própria e demonstra seus sentimentos com mais força. Mas, isso não precisa se transformar em sinônimo de confronto. O segredo é combinar a negativa com possibilidades de escolha. Então, se ele pegou um livro para brincar, negocie: “Este livro é da mamãe, mas você pode ficar com um desses dois, que são seus”.

Por em prática seus talentos diplomáticos vale a pena. Oferecer as escolhas certas é uma forma de colocar limites e um incentivo à autonomia, à medida que estimula o bebê a tomar as primeiras decisões. O senso de justiça e a empatia, característicos de fases anteriores, continuam sendo aprimorados nessa etapa. E uma pesquisa realizada com 50 bebês de 15 meses, não deixa dúvidas sobre isso: todos os pequenos se mostraram indignados com uma divisão desigual de guloseimas!

Ops! Cuidado com o que diz

Seu bebê é muito esperto, mas nem por isso entende figuras de linguagem e outras sutilezas. Portanto, ainda que esteja nervosa na hora de uma bronca, policie-se para não dizer coisas como: “Você só me dá dor de cabeça” ou ” Você só faz isso para me irritar”. Esse tipo de acusação leva a criança a se sentir culpada e, com o tempo, pode abalar a autoestima dela.

Outro cuidado importante é nunca negar os sentimentos e as percepções do filho. Se ele cair e chorar, em vez de dizer que não foi nada, diga que sabe que doeu e que vai ajudá-lo a se sentir melhor, lavando o machucado ou fazendo uma massagem.

Fonte: saudebelezaestetica.com.br