A Assessoria de Comunicação da prefeitura informou a presença do prefeito Guilherme Pasin em Porto Alegre, onde realizou reunião com o secretário da Segurança, Airton Michels. Bento Gonçalves teve à disposição R$ 12 milhões em verbas FEDERAIS para a construção de um novo presídio. Até o mais alienado dos mortais sabia e sabe que o atual presídio, localizado no centro da cidade, já superou há muito tempo sua capacidade. Temos hoje o triplo de presos que ele comporta. Pois o então prefeito Alcindo Gabrielli, juntamente com uma ótima equipe de trabalho, buscou um local adequado para a construção da nova casa prisional. Dezenas de locais foram indicados, mas a SUSEPE aprovou o da Linha Palmeiro. A Juíza de Direito Fernanda Ghirighelli de Azevedo usou de todos os argumentos possíveis e imagináveis para mostrar, durante uma audiência pública na Câmara de Vereadores, da urgente necessidade de se construir um novo presídio regional em Bento Gonçalves. A Magistrada apontou as dificuldades que se apresentavam para que novos presos pudessem ser colocados no atual presídio. Existem leis que regem a forma de prisão no Brasil, e o do Bento Gonçalves, já naquela época, 2006 (se não me falha a memória), estava distante de ser um local adequado. Visitei o presídio naquela ocasião, acompanhado pelo José Ernesto Morgan Oro, presidente do Conselho da Comunidade nas Execuções Penais. Fiquei estarrecido com o que vi. O presídio não apresentava – e penso que continua na mesma ou pior – as mínimas condições para se manter pessoas presas para recuperação social. Sequer a prisão de albergados – que saem de dia e voltam à noite – poderia ser utilizada. Ah, sim, sei que há quem pense que “estão lá porque quiseram, bastava não cometer crimes e pronto”. Mas, a história da humanidade nos prova que a criminalidade sempre existiu e não é colocando prisioneiros em condições precárias que o problema será resolvido. Antes pelo contrário. As prisões brasileiras têm se mostrado verdadeiras “escolas do crime”, das quais a maioria sai pior do que entrou. E é isso que deveríamos ter em mente: um dia eles sairão da cadeia e, se isso acontecer com alta dose de revolta, a própria sociedade pagará. A população de Bento Gonçalves é a culpada pela perda dos R$ 12 milhões e, por consequência, de um novo presídio. Nós, maioria, permitimos que uma minoria barulhenta impusesse sua vontade (e vamos perder a Rua Coberta da mesma forma). O que o prefeito Pasin ouviu segunda-feira do secretário Michels – “não temos verbas para construir um presídio em Bento” – era o que poderíamos esperar. Vamos continuar a mendigar junto ao governo. Enquanto isso, marginais arrombam, assaltam, roubam, furtam como fizeram há poucos dias em vários estabelecimentos na Rua Xingú e Avenida Planalto. Aplausos às minorias barulhentas!