Ao longo de toda a minha vida participei e votei em inúmeras eleições. Claro que houve um período de exceção – de 1964 a 1989 – em que não me permitiram votar em governador e presidente, já que eles eram enfiados goela abaixo da população através de um regime ditatorial no qual se tinha apenas duas opções: ou se era a favor do sistema ou se calava a boca. A menos que se quisesse visitar os porões do DOI-CODI e entrar num pau-de-arara (uma “torturinha” básica), choques elétricos, ser queimado por cigarros e outras coisas de dar inveja à gestapo de Hitler. Aliás, a tal “liberdade de expressão” e “liberdade de imprensa” que alguns, digamos, menos esclarecidos dizem não existir atualmente, era pura ficção. Coitados dos que não só se manifestassem contra o regime, mas tivessem o azar de não merecer a simpatia de alguém e esse alguém resolvesse denunciá-lo como “subversivo” (assim eram chamados os que não concordavam com a ditadura). Certamente seria chamado a “dar explicações”. Muita gente morreu e/ou foi torturada para colocar um paradeiro nisso tudo. Hoje vivemos uma democracia? Não, não penso que isso seja uma democracia na verdadeira acepção da palavra. Democracia subentende que os cidadãos devem respeito aos direitos dos outros; responsabilidade com o direito de imagem dos outros cidadãos; liberdade de expressão COM RESPONSABILIDADE, respeitando a liberdade e opinião dos outros. Mas, na verdade, o que se constata hoje? No meu entender vivemos a “ditadura da libertinagem de expressão”. Sim, porque se alguém ousar dizer ou escrever algo que não vá ao encontro do que um bando de “sem noção” postam, repassam e dão suas “abalizadas” opiniões na internet fatalmente será alvo de qualificativos impublicáveis. Para esses extremistas, quem não vota no mesmo candidato que eles é “trouxa”, “imbecil”, “idiota”, “não sabe votar” e muitas coisas bem piores que isso. E são exatamente esses “sem noção” que falam que vivemos uma “ditadura”, “que FDP querem tolher a liberdade de expressão”. Dizem tudo isso agredindo com impropérios a todos os que “são burros” porque não pensam como eles. Pior, sequer argumentos possuem para atacar “os outros”. E há, também, os que são filiados a partidos políticos que têm membros corruptos, ladrões, quadrilheiros e muito mais, mas, para esses, quem não presta são “os outros”. Defendem seus próprios corruptos com unhas e dentes. É a verdadeira seletividade de moral, ética e de honestidade. As consequências das sementes de ódio que estão semeando diuturnamente são inimagináveis. E tudo isso porque ainda não sabem respeitar a verdadeira democracia que começa com a liberdade de expressão para TODOS, não só para eles. O que virá depois de todo esse ódio do “terceiro turno”. Só Deus sabe!