Imagine que está diante de um cachorro bravo que rosna para você. O animal avança. Nesse instante, surge a sensação que chamamos de medo. Ele não é nada mais do que a busca do corpo pela sobrevivência. O medo aumenta a produção de hormônios do estresse. Essas substâncias causam uma série de reações fisiológicas imediatas, como tensionamento muscular, batimentos cardíacos e respiração acelerados e dilatação das pupilas. Tudo isso para que você tenha a resposta mais eficaz à situação que coloca sua vida ou integridade física em risco. 

Medo vale a pena. O medo é necessário porque impede que a gente se coloque em perigo. A maior irrigação de sangue no cérebro e a intensificação da respiração que o temor causa fazem com que você tenha um nível de atenção maior e reflexos mais apurados. Isso é preciso em várias situações, como quando um carro vem em direção ao seu na estrada. Mas medo demais, é problema. Algumas vezes você passa por momentos de perigo, ou mesmo ouve sobre pessoas que estiveram em alguma situação perigosa, e acaba construindo um conceito frente a isso. Neste ponto, o medo pode se tornar um problema, pois vai impedir você de vivenciar novamente essas situações por conta do trauma que viveu ou dos conceitos que criou. É possível até surgir um transtorno de estresse. Nesses casos, ocorrem taquicardia, sudorese, arrepio dos pelos e respiração acelerada quando o motivo do temor é lembrado. Aí, o correto é chamar o medo de fobia ou pânico. 

Pergunte a si mesmo sobre a veracidade do perigo. Ou se o que sente está apenas relacionado a algum conceito preconcebido. Caso a resposta seja a segunda hipótese, talvez seja o momento de buscar ajuda profissional. Quando inibe aspectos da vida, ou seja, faz com que você deixe de fazer algo por causa dele, o medo passa a ser um problema. Você tem medo do que?

Ter doença terminal

O que preocupa a maioria das pessoas é como vai ser a morte, e não morrer realmente. A aflição surge frente à possibilidade de sofrimento. Se o conceito básico do medo é que ele serve para preservar a vida, nada mais natural que o maior temor seja justamente o da morte, ou alguma situação que possa levar a ela.

Ter filho sem planejar

Sempre que você se depara com algo que não domina logo de início pode ficar amedrontado e com receio de não ser bom o suficiente para vencer a situação. Se não quer ter filhos, previna-se. Mas se já aconteceu, com o tempo e a adaptação à nova função, o medo tende a diminuir enquanto você se adapta.

Ficar impotente ou ser traído pela parceira

A impotência assombra o homem além do fato de ele deixar de ter prazer. Há um componente social nesse medo. Existem situações físicas que levam a problemas de ereção mas, normalmente, o temor tem pouco a ver com a saúde. O homem ainda se julga e é julgado pela capacidade sexual. Por isso há tanto receio em falhar ou não satisfazer a parceira. Manter as visitas ao urologista em dia pode diminuir o medo de queda na performance por motivos físicos.

Ter cirrose ou contrair uma DST

É mais uma situação clara de medo de morte. O lado positivo de ter esse receio é que ele pode levar a um comportamento mais cuidadoso com a própria saúde. Para limar esse temor da sua lista, não dê chance ao azar. Para evitar uma DST, o uso do preservativo ainda é indispensável. E, em relação à cirrose, o melhor é controlar o consumo de bebidas alcoólicas e drogas.

Perder o emprego

Estabilidade financeira é importante para se sentir tranquilo. Ficar desempregado ou assumir uma dívida nos tira dessa situação de controle, por isso incomoda tanto. Ter uma boa rede de amigos – ajuda você a se recolocar em caso de demissão -, manter-se atualizado e ter uma reserva no banco pode ajudar a diminuir esse receio.

Sofrer com a violência urbana

Especialistas já falam em uma síndrome de estresse pré-traumático causada por isso. Ou seja, antes do trauma já surgem os sintomas. Então, cuide-se, mas evite entrar na paranoia com tudo que é divulgado.Não fique doente de medo!

Como se sair bem em algumas situações que exigem coragem

Primeiramente, é preciso buscar entender a origem do seu medo e verificar a veracidade do perigo. Superar um temor vai depender muito do momento e da pessoa que o sente. Não podemos comparar um adulto com uma criança. É normal que algumas crianças desenvolvam temor do escuro, mas não seria considerado normal um adulto com o mesmo tipo de sentimento. Então, o primeiro passo para que se possa resolver a questão é entender o momento em que esse receio se iniciou.E tenha coragem. Coragem não é ausência de medo, mas sim o impulso de vencê-lo depois de senti-lo. Coragem é o que você precisa para passar por um cachorro bravo ou ter a conversa séria com a companheira. Também é o que você precisa para permanecer no controle. Quando as coisas vão mal, o que é fundamental é a capacidade de permanecer racional e tomar a melhor decisão.

Seja o melhor no trabalho

Você está tão dominado pelo estresse do ambiente que perde sua capacidade de cumprir tarefas da melhor maneira ou se destacar. A tática: autoafirmação. Não apenas os ocasionais “eu posso fazer isto” que você pode proferir, mas mantenha a energia positiva o tempo todo, sempre que estiver contemplando a concorrência. Quem faz isso de forma mais consistente é significativamente mais propenso a atingir a meta.

Tenha a conversa com a parceira

Você tem que terminar com ela, e não sabe como. Ponha tudo primeiro por escrito. Ao elaborar uma carta para si mesmo, você vai ser meticuloso e cuidadoso com as palavras. Assim, a situação será o menos dolorosa possível. Isso porque as pessoas que escrevem organizam com mais clareza os argumentos e expressam melhor os sentimentos.

 

Fonte:mdemulher.abril.com.br