Usuários reclamam da falta de informações dos itinerários e pedem mais segurança e proteção às condições climáticas

As reclamações quanto às paradas de ônibus, por parte de quem usa o transporte coletivo urbano em Bento Gonçalves, se repetem. Os cidadãos se queixam da falta de informações dos itinerários, com horários e linhas; pouca proteção ao vento, chuva e Sol- nos locais em que há “casinhas”; depredações e pouca manutenção. No Centro o cenário é um pouco diferente, embora elogiado o padrão, os usuários também questionam a efetividade, quanto aos locais, e falta de uma tabela de horários e linhas. Na região de maior movimentação da cidade também foram encontrados lugares em que não há abrigos, apenas a sinalização.

A reportagem do Jornal Semanário percorreu alguns bairros e conversou com a população. No Municipal, encontramos poucos abrigos e os que já existem estão desgastados pelo tempo, com furos na cobertura e ferrugem.

Próximo dali, na BR 470, há abrigos. Em cerca de 1 km nossa reportagem contou seis paradas. Destas, duas estavam danificadas devido a força do vento que desemboca no local.
No Centro, constatamos duas realidades. Em horários de pico, entre as 17h e 19h, os logradouros não suportam a demanda, obrigando os cidadãos a buscarem proteção junto a marquises de estabelecimentos próximos e, assim como em outros bairros, há pontos sem abrigos e falta de segurança.

Parada de ônibus no bairro Glória apresenta ferrugem, está torta e tem furos na cobertura. Foto: Lorenzo Franchi.

Chuva e insegurança

O morador da rua Basílio Zorzi, no Municipal, Euclides Barroso, 75 anos, que residente em frente a dois pontos que não há abrigo, relata as dificuldades enfrentadas pelos usuários do serviço. “Vejo em média 70 crianças pegarem o ônibus todos os dias. As pessoas ficam sempre expostas ao sol e a chuva. Quando as condições do tempo não ajudam, elas vêm aqui, na minha área buscar abrigo”, conta.
Ele ainda destaca que anteriormente, o ônibus parava na frente da sua casa para ajudar as pessoas, mas depois parou. Barroso ainda reivindica por melhorias, “quem perde são as pessoas. No Centro, tudo está bonito, aqui mal se tem as placas. Falta tudo, a casinha, os bancos. Tudo”, cobra.

Ana Paula do Nascimento, 33 anos, pega ônibus no Centro. Para ela, falta segurança. “Não protegem da chuva e do vento. É perigoso ficar no terminal. Há pouca iluminação, pouco policiamento. Com a união de dois pontos houve uma concentração de pessoas. Há mal intencionados. Quando é 22h, 23h não se vê nada. Pessoas já foram assaltadas”, disse.

Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana, pensando em melhor atender a população que utiliza o transporte coletivo urbano em Bento, a prefeitura promete implantar novas paradas. “Neste ano, já foram instalados aproximadamente 25 abrigos e nossa previsão é colocar em torno de 50 novos”, afirmou o secretário da pasta Amarildo Lucatelli.

Ele ainda reforça que as recolocações, implantações e manutenções realizadas pela pasta são avaliadas mensalmente através das equipes responsáveis por este serviço e também por pedidos feitos pelo 0800. Todos as solicitações são avaliadas e atendidas conforme prioridade.
Segundo levantamento da Secretaria, há 500 paradas de ônibus instaladas na Capital da Uva e do Vinho.

Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana, 25 abrigos já foram instalados neste ano. A Pasta espera até o final de 2018 colocar cerca de 50 novas paradas. Fotos: Lorenzo Franchi.

Questionado sobre possíveis adequações nos pontos, tendo em vista a proximidade do inverno, Lucatelli ressalta que a prefeitura estuda uma atualização. “Trabalhamos com dois modelos de parada de ônibus. Ambos não têm protetores laterais, justamente porque geraria um problema com a segurança dos usuários”, destaca.

Lucatelli complementa que a aquisição de pontos de ônibus é realizada através de recurso livre da prefeitura. Quanto aos locais que devem ganhar novos abrigos, o secretário não informou com precisão os bairros e ruas, mas reforçou o objetivo do Poder Municipal em realizar as instalações.