A crise financeira da União aos poucos foi atingindo os estados e municípios de todo Brasil. A realidade atual faz com que uma nova política de ações seja colocada em prática pelo poder público. Para a Secretaria Municipal da Juventude, Esporte e Lazer (SEMJEL), não é diferente. O trabalho que seria realizado em 2017 teve que ser repensado.
Se antes a Secretaria de Esportes era encarregada de organizar e, ainda, bancar alguns custos para realização de competições – como o pagamento para arbitragens -, hoje a atuação fica apenas na parte de sistematização das atividades.
De acordo com secretário, Adão Valtamir Atzler, as dificuldades de gestão no novo cenário estão sendo superadas por todos envolvidos no esporte de Bento. “Os clubes também estão se adaptando, já que estavam acostumados a depender exclusivamente do poder público”, afirma.
O sistema implementado atua a partir da relação, cada vez mais estreita, da Secretaria com as associações e clubes esportivos. “Constantemente fazemos trocas de informações e ideias através do dialogo”, afirma o secretário.
De acordo com a Secretaria Municipal da Juventude, Esporte e Lazer EMJEL, algumas críticas surgem com relação à diferença de tratamento entre os clubes de diferentes patamares. O presidente do BDL Futsal, time amador da cidade, Patrick da Silva, acredita que mesmo com todos os problemas, a Secretaria poderia atuar de forma mais eficiente. “A gente pretende representar a cidade e infelizmente não estamos tendo a atenção que desejamos e que pensamos ser necessária”, opina.
Por outro lado, o técnico do Bento Gonçalves Futsal, o BGF, clube que atua na Liga Gaúcha de Futsal, acredita que “a parceria com a Secretaria segue funcionando neste ano”. O treinador ainda afirma que o poder público faz o possível dentro de suas possibilidades. A falta de verba para apoio às entidades de Bento Gonçalves acontece por conta das novas exigências com o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Lei 13.019/2014). Para que o repasse seja feito, agora é necessário que os clubes realizem adequações estatutárias às novas regras.
Antes da nova Lei, o Conselho Municipal de Esportes (composto por 16 pessoas) definia quais projetos receberiam financiamento. De acordo com o presidente do Conselho, Leonardo Prezzi, o grupo não tem mais essa função. “Agora a destinação de verba só acontece depois do projeto aprovado pela nova Comissão de Julgamento”, explica.
O presidente do Conselho Municipal acredita que as mudanças são positivas, pois há um controle maior nas atividades dos clubes. “A partir das novas regras, nós vamos saber que aqueles que fizerem o projeto, realmente trarão alguma contrapartida à sociedade bento-gonçalvense”, explica Prezzi. As contrapartidas acontecem na forma de projetos sociais nos bairros da cidade.