…se facilitar, o bicho toma. Eis a questão!

Pela quinta vez nesta minha nem tão longa jornada de motorista, recebo o “prêmio” por trabalhar e pagar os impostos. Que não são poucos.
Na primeira, levaram meu Chevette de bunda redonda para a Terra do Nunca: nunca mais foi achado.
Na segunda, de olho no rádio, arrombaram meu Chevette de bunda quadrada (eu havia optado por outro modelito menos charmoso), promovendo danos externos – na lataria e na fechadura – e internos, porque o painel teimou em ir junto.
Na terceira, dobraram a porta do meu Fordeco como se fosse de papelão. E, outra vez, surrupiaram o rádio.
Na quarta, o prejuízo foi menor, pois eles encontraram meu Uninho destrancado. E, com toda a leveza de suas mãos, trataram de limpar o porta-luvas, já que não havia mais rádio para furtar.

Agora, pela quinta vez, meu novo meio de transporte (leia-se “carro popular”), sofreu uma violação mais ousada: o vidro lateral esquerdo foi parar no chão, e o estepe, retirado do porta-malas pela janelinha. Não houve acionamento do alarme, nem qualquer ruído que nos chamasse a atenção. Dá pra acreditar? Inclusive eles devem ter usado um caminhão para transportar a mercadoria furtada, pois, na mesma oportunidade, mais dois carros próximos ao meu ficaram sem o pneu sobressalente. Com um diferencial: para cada carro, a gangue usou procedimento específico. E olha que esse tipo de evento acontece com regularidade, embaixo dos nossos narizes, sem que ninguém faça nada.

Merecem os parabéns esses PHDs da malandragem, por conhecerem a dinâmica dos automóveis. Aliás, percebi que os caras também são doutores em economia. Eles ficam atentos às flutuações do mercado e investem naquilo que está em alta. Hoje, estepe já é “uma mão na roda” e deve ter venda certa junto aos receptadores que se disfarçam por aí…

Não seria “cômico” eu comprar o que me foi roubado?

Brincando de poesia

“Bem te vi!” “Bem te vi!”
Não há segredo
com um bem-te-vi no enredo.
“Bem te vi!” “Bem te vi!”
Tudo acaba descoberto
com um bem-te-vi por perto.