Ele diria:
“Queridas crianças! Acessei os desejos de vocês enquanto percorria o céu com minhas renas voadoras, recolhendo sonhos extraviados… Fiquei feliz em saber que muitos contam com uma família querida. Mas também fiquei triste, porque há outros que não sabem o que é colo e carinho. Então, fico oscilando que nem uma montanha russa: ora voo para cima, na maior alegria, ora despenco para baixo, numa tristeza infinita. Por isso, nesta noite natalina, entre um sorriso e um vinco de preocupação, ao invés de distribuir presentes, farei pedidos.
Primeiro, quero que entendam que, nesta data, a gente comemora o nascimento de Jesus, e não o brilho das lojas e shoppings com suas possibilidades dispendiosas. Lembrem que “o menino nasceu pobrezinho em Belém…”
Segundo, preciso que convençam suas famílias, seus parentes, vizinhos e amigos que o melhor presente é o amor. Ele não fica velho, não gasta, não quebra, não estraga, não provoca disputas, nem birra, nem desencanto…
Terceiro, desejo que doem um brinquedo que vocês ainda gostam para alguma criança que foi esquecida pelo Papai Noel. Pensando bem, na qualidade de bom velhinho, cometo muita injustiça por este mundão de Deus. Acho que provoco mais perdas do que ganhos nos coraçõezinhos desprotegidos… É preciso consertar isso!
Quarto, para que tenham o direito de respirar ar puro, espero que vocês façam a sua parte: cuidem da natureza. Árvore é vida. Sem água, tudo morre. Animais fazem parte do ecossistema. Cuidar do lixo é questão de sobrevivência. Nosso Planeta é nossa casa. Ensinem os adultos que dinheiro só vale se a gente tem onde gastar.
Quinto, insisto para que cuidem da saúde pois ela é um bem nem sempre renovável e depende dos hábitos e atitudes de vocês, crianças. Por isso, sugiro que assumam, na prática, o seu papel de detetives, fiscalizando, por exemplo, para que não fique água parada em pneus, em vasos de flores, em sacos plásticos… É com pequenas coisas que se formam grandes homens”.
Bom, se vocês cumprirem alguns desses cinco mandamentos, o Natal está salvo.
” Direto do Pólo Norte, brrrrrrrrrrr, aqui está um frio de rachar.”