Sim, prezados leitores, amanhã é o dia sagrado do nosso voto. É o momento em que podemos mostrar nossa satisfação ou não com o legislativo e o executivo municipal. Tivemos quatro anos para avaliar o desempenho deles. No legislativo, todos aqueles que têm alguma noção da importância desse poder nas nossas vidas devem ter acompanhado o que foi feito, notadamente aquilo que não veio ao encontro dos interesses da população. Dezenas de municípios fizeram mobilizações para conseguir a redução dos salários de seus vereadores e obtiveram êxito. Em Bento Gonçalves, na década de 1970 e anteriores, tivemos vinte e um vereadores, não remunerados. As eleições eram acirradas. O desejo dos candidatos era apenas ter a honra de servir a população.

E mudaram para pior
Sim, para muito pior. Na constituição de 1988, as Medidas Transitórias derem aos Tribunais Regionais Eleitorais a missão de fixar o número de vereadores, obedecendo critérios definidos. Candidatos em número estabelecido por lei participaram do pleito. Depois da eleição, de uma ação movido por vereadores não eleitos, foi concedida liminar por Sepúlveda Pertence, ministro do STF, e vários deles assumiram. A tal de liminar jamais foi julgada e o “trenzinho da alegria” seguiu leve, livre e solto. Mais tarde, diante de abusos inacreditáveis protagonizados por câmaras de vereadores, seja no número deles ou nos seus salários, o Congresso Nacional aprovou Emendas Constitucionais visando colocar um freio naquilo tudo. Claro que, com base na velha máxima, “lobo não come lobo”, brechas foram deixadas. E os “nobres edis” do Brasil não se fizeram de rogados e aproveitaram para “levar algumas vantagens legais”.

E agora, “Senhor Eleitor”?
Bem, agora nós, eleitores, temos a oportunidade de aprovar ou não o que os senhores vereadores da atual legislatura fizeram. Busque informar-se, procure saber quais foram os que pensaram, efetivamente, na população, tire suas conclusões e vote. Há, sim, bons nomes de candidatos que podem dar novos ares para a câmara de vereadores de Bento Gonçalves. Cabe a cada um de nós avaliar essa nominata. Mas, sem nenhum compromisso de amizade ou de “ele me fez um favor”. O momento é de pararmos de pensar no próprio umbigo e unirmo-nos em prol do coletivo, em prol da toda a comunidade. As verbas para a saúde são cada vez mais escassas. Não podemos, pois, desperdiçá-las. Pense nisso muito bem. Depois vote. Vote por toda a comunidade. Vote por Bento Gonçalves.

É até engraçado!
Até os sabiás do Vale dos Vinhedos sabem, e muito bem, que temos alguns problemas recorrentes em Bento Gonçalves. Um desses problemas históricos, inacreditavelmente empurrado com a barriga pelas sucessivas administrações municipais, é a ausência de placas indicativas de nomes de centenas de ruas e, pior, a numeração doida das casas. Numa rua que até moradores desconhecem o nome, há numeração de casas que se alterna sem o menor nexo. Uma tem o número 134, a seguinte é 525, do outro lado tem outra de número 212 e por aí vai. E se alguém procura uma rua sem dispor de GPS, num bairro da cidade, poderá ter a sorte de encontrar alguém que saberá onde fica. Esta semana estive na rua Osvaldo H. Fornari. Incrível as numerações que constatei. É até engraçado! É um grande exemplo dessa babel que temos aqui. Até quando, mesmo?