Há uma fase na vida de que talvez não nos lembremos, mas, certamente, nossos pais não esqueceram: chama-se a fase dos porquês e, segundo especialistas, se dá lá entre os 03 a 05 anos de idade, onde tudo é uma grande descoberta para as crianças e o ponto de interrogação é o reboque de cada frase.
Nestes últimos dias, diante da maior catástrofe natural que se abateu sobre o RS, há porquês de todos os lados, os quais trazem viva a memória daquela criança questionadora que outrora fomos e que hoje, adulto, chora diante da “resposta” vazia do silêncio, frente a uma natureza impiedosa e indiferente.
Inevitavelmente, o certo é que a vida nos apresenta algumas provas que não temos respostas, sequer há um gabarito a conferir e não zera-la significa seguir em frente deixando para traz “a ilha dos porquês”, mesmo em passos claudicantes, na crença de que tudo tem um propósito, cuja lógica não nos pertence.
E na busca desse propósito, particularmente tenho visto como resposta ações de solidariedade maravilhosas, pessoas se encontrando com o melhor de si mesmas, se descobrindo missionárias, se descobrindo líderes, bombeiros, cozinheiros, motoristas, psicólogos, enfermeiros, médicos, estrategistas…, enfim, ”se descobrindo”, o que sempre foram, SERES HUMANOS.
Contudo, com razão quem conteste a generalização, pois de fato, há tantos cuja graça da rotina não foi abalada e ainda assim continuarão a reclamar do sal na sopa, insossos que são.
Importa dizer que, por mais amargo que seja o tempo que vivemos, é preciso temperar a vida com a ESPERANÇA.
ESPERANÇA QUE NÃO PODE ESPERAR, é ponte no vazio, é o fio de ar que espira a dor no peito, é tudo no nada, é o recomeçar ao alcance das mãos…um abraço!
Vamos em frente!