Os cálculos urinários são uma das doenças mais comuns na prática urológica, com significativo ônus e negativas repercussões para a sociedade. Sua manifestação clinica mais comum, a cólica renal, afeta aproximadamente 1,2 milhões de pessoas anualmente.

O urologista da clínica Renallis, Dr. Thiago Cusin, salienta que aproximadamente 12 % dos homens e 5% das mulheres apresentarão sintomas decorrentes de cálculos urinários até os 70 anos, na maioria dos casos, os cálculos contem cálcio, mais comumente oxalato de cálcio.

Ele justifica que fatores geográficos contribuem para o aparecimento de cálculos. “Áreas de temperaturas elevadas e com grande umidade são predisponentes à formação de pedras, sendo observados muitos casos durante os meses quentes de verão devido ao maior grau de desidratação”, comenta Dr. Thiago.

Durante o século XX, a incidência de calculopatia nos países europeus esteve diretamente relacionada com a situação política e econômica. Durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, período em que houve queda de consumo de proteína animal, ocorreu uma diminuição das pessoas com cálculos renais. Isto nos faz pensar na forte ligação existente entre a formação de cálculos e a dieta. Portanto, a ingestão excessiva de alguns alimentos pode provocar, ou acelerar, distúrbios pré-existentes no nosso organismo propiciando o desequilíbrio químico necessário para a formação destes cálculos. Por exemplo:

• Sódio: sal de cozinha deve ser restringido para aproximadamente 1 colher de chá por dia.
• Proteínas: principalmente as de origem animal (carnes, peixes, aves, ovos, leite e derivados) apresentam um efeito agravante quanto à formação dos cálculos.
• Ingestão de Líquidos: o aumento da ingestão de líquidos é provavelmente a orientação mais importante que deve ser dada para estes pacientes, pois somente esta medida sem a ação de medicamentos pode reduzir em 60% a incidência destes cálculos.

Os cálculos renais, como o próprio nome diz, são condensações (depósitos) de íons e sais formados no interior do rim. Os cálculos formados no rim podem ter 3 caminhos diferentes:

• Aumento de tamanho;
• Eliminação: O cálculo se desprende do rim e desce pelo ureter (tubo que drena a urina do rim para a bexiga). Nessa ocasião, a pessoa apresenta cólica renal, que é uma dor de forte intensidade na região lombar.
• Estabilização: Muitos cálculos permanecem por muitos anos sem migração ou crescimento. Quando essas pedras são de pequeno tamanho, podem ser apenas acompanhadas.

Diagnóstico

O diagnóstico de cálculos ou pedras renais é inicialmente suspeitado pelo urologista quando o paciente apresenta, habitualmente, dor de forte intensidade nas costas, associado a dor no fundo da bexiga, náuseas e vômitos, ardência para urinar, repetidas micções em pequena quantidade e sangramento urinário. Desta maneira, lança-se mão de exames de imagem como Raios-X de abdômen, ecografia ou tomografia.

Tratamento

O médico aconselha que as pessoas que tem cálculos urinários devem beber de 2 a 3 litros de água por dia e evitar ingestão em excesso de proteína animal, principalmente a da carne vermelha.

Cálculos renais ou ureterais (canal que liga o rim a bexiga) com até 5 mm de diâmetro tem chance de serem eliminados espontaneamente em uma taxa de 71 a 98%, apenas com medidas conservadoras, ou seja, com hidratação, medicações para dor e relaxamento da musculatura da bexiga e do ureter. Do contrario, quando não há eliminação espontânea do calculo, deve-se realizar algum tipo de procedimento cirúrgico.

Resumidamente o tratamento dos cálculos pode ser realizado por 4 tipos de abordagem cirúrgica, dependente da localização, tamanho e tipo do cálculo.

Litotripsia extracorpórea por ondas de choque: Nesse procedimento, não há cortes ou incisões. O paciente recebe ondas de choque que se difundem pelo corpo e concentram sobre o calculo, fragmentando-o.

Cirurgia percutânea: Nessa cirurgia realizamos pequenas perfurações na região lombar para acessar o calculo no interior dos rins. Por meio desses pequenos orifícios realizamos a fragmentação e remoção da pedra.

Ureterolitotripsia endoscópica: Nesse procedimento utilizamos um aparelho endoscópico, com uma câmera que permite visualizar o interior da bexiga e do ureter. Esse aparelho é introduzido pelo canal da urina (uretra). Assim, não há necessidade de cortes ou incisões. Por meio desse aparelho removem-se os cálculos do interior do ureter.

Cirurgia convencional: Em alguns casos especiais há necessidade realizar cirurgia tradicional com incisão do abdômen para remoção dos cálculos.

Dr. Thiago Cusin alerta e dá a dica para evitar problemas. “Caso haja alguma dúvida, e toda vez que algo não estiver certo, procure seu urologista.