Quando as temperaturas começam a cair é a época em que começam a aparecer nos mercados e fruteiras o famoso pinhão. Porém, para os apaixonados pela semente, o ano não será o melhor. Estima-se que produção de pinhão no Rio Grande do Sul deve reduzir em até 60% esse ano, em comparação ao que foi colhido ano passado. Com uma menor oferta, a tendência é que os consumidores se depararem com preços mais elevados.

De acordo com o Chefe do escritório Emater/RS-Ascar de Bento Gonçalves, Thompson Didoné, a redução da safra de pinhão está sendo atribuída a uma geada fora de época que as araucárias sofreram em 2017, considerando que a pinha demora dois anos para se formar. “As que se formaram têm muito menos sementes dentro. Até existe uma quantidade de pinha, mas quando o pessoal vai coletar, tem muito menos quantidade de semente do que o previsto, por isso a redução”, explica.

Didoné antecipa que apesar de Bento Gonçalves ser considerada uma região tradicional no consumo do pinhão, o número de famílias que tem a semente como principal fonte de renda é baixo. “A consequência para nós vai ser sentida pelo consumidor final. Teremos com certeza menor quantidade de produto ofertado e por preço maior. Nas fruteiras de Bento o quilo já está sendo vendido entre R$9 e R$10. Quando chegar o inverno, o preço pode passar disso”, afirma.

O Rio Grande do Sul é considerado o terceiro maior produtor de pinhão no país. Em 2018, foram comercializadas 800 toneladas.