Para chegar a um acordo sobre a continuidade da coleta de lixo no município, a RN Freitas teve que baixar o valor do contrato de R$ 669 mil para R$ 600 mil. A redução do orçamento não deve acarretar em mudanças na prestação de serviços, segundo a RN Freitas.

A empresa alega que precisaria diminuir sua operação a partir das próximas semanas, porém, vai tentar manter a mesma frota para não prejudicar a população e os funcionários. Segundo o gerente Everton Lopes, foi descaso do Poder Público ter esperado o contrato vencer para buscar solucionar o problema. “Baixamos os preços, mas vamos manter os mesmos caminhões”, relata. Lopes ainda afirma que a confusão foi causada pela Prefeitura. “Ficou todo o lixo na rua”, argumenta.

Na sexta-feira, 19, o Executivo divulgou uma nota informando sobre a possibilidade de contratar outra empresa (Reciclagem Serrana) para realizar o serviço, estimando uma economia de até R$ 150 mil. De acordo com Lopes, a Serrana teve até sábado de manhã para apresentar a frota que atenderia o município, o que não ocorreu. “Nós tivemos que trabalhar até às 4h da manhã no sábado”, conta. Lopes ainda informa que o recolhimento de lixo foi normalizado somente na segunda-feira, 22.

Em entrevista realizada pelo Semanário na edição de sábado, 23, um dos sócios da Reciclagem Serrana, Rogério Trevisan, afirmou que a RN Freitas exerce “alguma pressão” na Prefeitura. Lopes afirma que a única pressão exercida é o bom trabalho prestado pela empresa há 12 anos no município. “Se eles não conseguiram, é por incompetência deles e não por nossa culpa” argumenta.

Contrato é renovado pela quarta vez

A polêmica surgiu após o contrato emergencial firmado no inicio do ano ter vencido, na última semana, e a RN Freitas ter suspendido a prestação do serviço, deixando todos os bairros desassistidos. O processo licitatório para contratação de empresa para este fim está parado no Judiciário há dois anos e requer alterações no edital, o que tem feito com que a Prefeitura renove os acordos provisórios de forma intermitente, já somando quatro renovações neste período.

Ainda segundo Lopes, para a RN Freitas é melhor que haja uma contratação formal por meio de licitação, visto que assim é possível garantir a segurança da empresa em longo prazo, algo que não ocorre com o contrato emergencial. “Nós não podemos ampliar, investir, porque não sabemos se vamos estar trabalhando em Bento amanhã”, ressalta.

No caso de não ter ocorrido a renovação do contrato, a RN Freitas já planejava demitir os cerca de 100 funcionários e, por hora, deixar os caminhões parados. “Iríamos esperar, no máximo, um mês, mandar todo mundo embora e pagar as rescisões”, supõe.