Um ano tem 365 meias-noites. Tem gente que passa a maior parte delas dormindo, outros lendo ou vendo televisão, namorando, trabalhando, lutando contra a insônia. A verdade é que, na maioria das vezes, esse encontro noturno dos dois ponteiros do relógio passa completamente despercebido e banalizado. No entanto, ao menos em uma meia-noite do ano, o zerar dos cronômetros simboliza muito mais do que a razão de uma festa. O ano muda, mas, se quisermos, tudo continuará lá, como se, para nós do calendário gregoriano, do dia 31 ao dia primeiro apenas mais um dia tivesse se passado. As mudanças se operam dentro de nós graças aos fogos, à contagem regressiva, aos abraços e ao tim-tim do champanhe. Essa é a importância dos rituais de passagem no fim de ano que, a um olhar mais descrente, podem parecer grandes bobagens, mas, afinal, nos ajudam a renovar fôlegos, promessas e esperanças.

Pequenos hábitos e mesmo orações e simpatias ajudam muita gente nesse processo. Ou será que a virada do ano teria tanta importância sem vestir branco – e ver todo mundo igual -, tomar champanhe e pular sete ondinhas?

Por isso, comemoramos o ano novo com comida, música e fogos para assinalar o começo de uma nova fase, de um novo ciclo. Nosso dia-a-dia está pontuado por rituais de passagem. Quem nunca, numa noite, recebeu um telefonema com um convite para um programa e negou porque já estava de pijama? A rigor, esse fato não impede nada, basta trocar de roupa e ir pra rua. Mas colocar o pijama é um ritual de passagem, da hora de estar acordado, sair, fazer coisas, para a hora de ir dormir. Já imaginou uma festa de aniversário sem o “Parabéns”? Os rituais de passagem que possibilitam supor um começo renovado, melhor do que o dia de hoje, são sempre marcados por festejos e estímulos sensoriais. Tudo isso ajuda a fincar transformações, mudanças. E já que tudo isso só depende de nós mesmos, que tal começar a passagem renovando a certeza de que nunca vamos deixar de comemorar? Feliz ano novo!

Fonte: bolsademulher.com