O primeiro semestre de 2014 foi de recorde para o setor vitivinícola. Apesar da estagnação da economia interna do Brasil, a exportação foi surpreendente para as vinícolas que, na média total, tiveram crescimento de 257% com relação ao primeiro semestre de 2013. A qualificação e modernização das produções interferiram diretamente na qualidade do vinho produzido no Brasil que ganhou ainda mais destaque com a Copa do Mundo em junho e julho deste ano.

O dado é ainda mais surpreendente se comparado ao volume total de janeiro a dezembro de 2013. Até junho deste ano, o Brasil já exportou o equivalente a 7,16 milhões de dólares, enquanto em todo o 2013 foram U$ 5,3 milhões faturados com o mercado externo. A superação também é em volume de litros: de janeiro a junho deste ano foi vendido um total de 1,78 milhão de litros da bebida engarrafada, enquanto em todo o ano passado o volume não ultrapassou a marca de 1,5 milhão.

A gerente do Wines of Brasil, Roberta Baggio Pedreira, diz que o setor está colhendo os resultados da aproximação com redes de varejo internacionais, um dos grandes objetivos do projeto. O principal comprador deste ano é o Reino Unido, que se mantém na liderança com US 1,56 milhão importado do Brasil. “O Reino Unido é a menina dos olhos da Wines Of Brazil, porque é lá que as vinícolas estão inseridas nas maiores e mais prestigiadas redes”, afirma.
No ano passado, o país estava na sexta posição do ranking.
Apesar de o Reino Unido estar no topo da lista, quem mais cresceu na compra foi a Bélgica, multiplicando o valor adquirido em vinhos engarrafados por quase 60, totalizando US$ 1,16 milhão exportado. Na terceira posição, a Alemanha comprou US$ 730 mil, apresentando o alto crescimento de 456% com relação ao primeiro semestre de 2013.

Além dos tradicionais compradores de vinho, o país que surpreendeu foi a China, que é importadora de vinhos brasileiro há apenas três anos e já ocupa um lugar entre os dez principais. O país do oriente paga os valores mais altos na média de preço por litro, de US$ 7,47 cada. “Isso se deve ao fato do vinho na China estar ligado a status e não necessariamente à cultura de consumo. Entretanto, o país é estratégico principalmente pelo tamanho de mercado potencial que apresenta”, observa Roberta. A Suíça paga ainda mais, sendo U$ 8,22 ao litro.

Apesar dos altos valores pagos pela China e Suíça, os preços médios dos demais países ficam entre U$ 2,50 e U$ 4,50. Estes valores devem ser comemorados, devido a sua valorização: o preço médio por litro exportado cresceu 20%, passando de US$ 3,36 para US$ 4,01. Fora deste índice está o Paraguai que paga apenas U$ 1,93 ao litro.

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