A segurança pública tem sido, ao longo dos anos, assunto recorrente em qualquer roda de amigos ou familiares. E com sobradas razões já que todos, todos, indistintamente, se sentem ameaçados em qualquer lugar, seja em casa, nas ruas, nas rodovias, em restaurantes ou qualquer estabelecimento comercial. Até mesmo em locais de grande aglomeração de público os marginais estão atacando. A Constituição Federal atribui aos estados a responsabilidade pela segurança pública, podendo esses solicitar auxílio quando julgarem necessário. Há casos em que a União intervém, mas nos estados e municípios cabe, em princípio, a estes zelar pela segurança. Alguns dirão que houve muita transferência de responsabilidades federais para estados e município, mas esquecem de citar que muitos impostos foram inventados para que esses pudessem arrecadar. O ICMS sobre combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e comunicações, por exemplo, era tributo arrecadado pela União sob o título de Imposto Único sobre Combustíveis, Minerais e Comunicações. E alguns impostos arrecadados pelos estados e União têm parte destinada aos municípios, como o IPVA, por exemplo. A realidade, porém, diz que a cada dia mais e mais valores são necessários, além de pessoal adequadamente equipado e remunerado, para poder conter a escalada de violência que estamos constatando. E não se atribua “culpa disso ou daquilo” a algum governo específico. Em nenhum deles tivemos tranquilidade nessa área. Agora, aqui, em Bento Gonçalves, diante de um surto de violência, o Major José Paulo Marinho, comandante do 3º BPAT, desencadeou várias ações de repressão. Em poucos dias nove foragidos foram recapturados; trinta e quatro prisões em flagrante realizadas; seis apreensões de menores infratores; duas mil e seiscentas e trinta e três pessoas abordadas e mil e seiscentos e oitenta e nove veículos fiscalizados. O resultado dessas ações foi imediato: a criminalidade baixou consideravelmente. Não se pode dizer que “a tranquilidade voltou” porque isso seria utópico. Mas, podemos sentir que a ação da polícia inibe, sim, a marginalidade e a violência contra os cidadãos. Recentemente, o governo do Estado requisitou em torno de cento e cinquenta policiais do interior para trabalharem na capital. A Famurs protestou, mas para nós, em Bento Gonçalves, isso representou a saída de apenas dois brigadianos. Só que o Major Marinho, com seu plano de ação, conseguiu colocar à disposição mais de vinte policiais de alto gabarito. Segundo o Major Marinho, essas ações especiais não têm data para finalizar. Deverão ser permanentes, sem dia, sem hora e sem local para acionar essa força policial. O que é muito bom para Bento Gonçalves e sua gente.