Na coluna anterior saiu que “Carlos Dreher filho foi de grande contribuição para a vinda de dois presidentes a Bento na Fenavinho”. Na verdade eu quis dizer a Dreher, pois na primeira Fenavinho Carlos Dreher já havia falecido e, na presidência da empresa, o sucedia o filho, Carlos Reno Dreher, de atuação pessoal não tão intensa quanto o pai, mas continuando com a empresa em intensa ação social e comunitária. Por duas vezes eu saí, com meu carro, na verdade do meu pai, em companhia de Da. Julieta Sassi Dreher (esposa de Carlos Filho e mãe de Carlos Reno,) e de Da. Nilza Michelin, para recolher donativos de empresas a causas assistenciais. Um dia fomos à Rinaldi, onde fomos atendidos pelo Generino, um homem empreendedor, de visão, que não dominava bem o Português, parecia que tinha vindo de Catanzaro (Calabria), mas que tinha, como ele dizia, “um trimotor de dois motores”. Sentamos, tomamos um cafezinho e ele, gentilmente e educadamente, perguntou: a que devo a honra da visita e no que posso ajudar? Diante do pedido de auxilio, ele concordou. Saímos todos felizes, o DKW (não lembro quem estava na frente comigo) teve enormes dificuldades de subir a rampa da Rinaldi e, quando estávamos passando pela Corsan ouço a Da. Julieta dizer para Da. Nilza: “o Generino é um tipão”. Vindo dela, uma pessoa, da alta sociedade, reservada, elegante, de gestos nobres, foi uma surpresa positiva de impacto nos meus 19 anos, fiquei rindo três dias e pensando: ponto para o Generino. Não faz muito tempo, soube, através de um ex-funcionário, que quando ele ia a Porto Alegre pedia para o motorista parar nos ferro velho para comprar peças de motores, coisas que podiam ser úteis, dizia ele. Depois ele mesmo aproveitava consertando coisas “isso gera economia” dizia. Quando eu faço caminhadas eu fico procurando “coisas que podem ser úteis”, não tenho a pretensão de vir a ser e nem conseguiria, ter a grandeza do Generino, mas que barbantinhos, fios de luz, ferrinhos, recolhidos, me foram úteis, foram. Você já fez isso? Não fez? Faça, é terapia.
Bem, mas eu queria falar mais sobre a Dreher, para não deixar as coisas pela metade. Quando se agrega, numa família, um genro ou uma nora, nos dias de hoje é uma loteria, mas antigamente, quando o poder patriarcal e matriarcal era forte, considerava-se “valor agregado”. Foi assim com Edgar Nunes e Rolando Gudde.