As primeiras tentativas de plantio, semeavam ao acaso. Acontece que os imigrantes não conheciam o clima e as estações locais, que são diferentes e opostas às da Itália. Nem havia entre eles, alguém que pudesse julgar se o local da floresta era fértil, e se convinha desmatá-lo. Apesar disso, suas fadigas foram bem recompensada, e os imigrantes começaram a retomar coragem: O milho e o trigo, naquelas terras pedregosas, mas muito rica de matéria orgânica e protegidas pelas altas plantas da floresta, produziram maravilhosamente.

A videira, embora fosse mal plantada e deixada sem nenhum cuidado, começou logo no ano seguinte, a carregar-se de cachos, naqueles tempos não estava, sujeita a doenças, porque a região ainda não fora de toda despojada de suas matas e o clima conserva-se constantemente ameno.

A sede da nova Colônia Dona Isabel, (hoje Bento Gonçalves) foi traçada em 1874 em um vale entre dois cursos de água, num local baixo, próximo ao barracão dos imigrantes, é chamada de cidade branca, devido às tendas feitas com lençóis (hoje Bairro Barracão). Por comodidade, porém, a diretoria transferiu a administração para um local elevado, chamado CRUZINHA, no meio de um pinhal. Em pouco tempo muitos imigrantes abandonaram a cidade branca e levantaram suas tendas lá no alto, quer porque preferissem esperar junto à administração a indicação dos lotes coloniais ainda não traçados, quer porque julgassem melhor para saber notícias ou reabastecer-se de alimentos. Depois, as tendas foram substituídas por barracas, estas posteriormente, por modestas casas, e por isto a administração resolveu mandar traçar naquele local a sede da nova Colônia Dona Isabel, nome conservou até a queda do império, recebendo o nome de Bento Gonçalves, o glorioso chefe da Revolução rio-grandense de 1836 à 1845, e companheiro de armas de Giuseppe Garibaldi.

Após a implantação da nova sede, foi ela agregada ao Município de São João do Monte Negro, distante 90 km. Logo se iniciaram os trabalhos da via geral e das linhas (estradas vicinais da via geral, ( mais tarde Buarque de Macedo) e as paralelas entre si, e que marcaram, quase sempre, a frente dos lotes rurais). A estes trabalhos eram todos admitidos, homens, mulheres e crianças, e o pagamento era feito em bônus para a aquisição de gêneros alimentícios, junto à vice-direção das Colônias. A maioria das vezes para pagar o próprio lote rural.

E… hoje, 140 anos depois, qual o apoio que temos para aproveitar melhor a nossa agricultura? Qual o papel que o Sindicato dos Trabalhadores Rurais para dar apoio e garantir a venda dos frutos e hortaliças??

Fonte: Relatório do Consulado da Itália
Ministero Degli Affari Esteri – Roma Itália