Municípios como Bento Gonçalves, Santa Tereza, Garibaldi, Carlos Barbosa e Monte Belo do Sul foram atingidos pelos temporais. As cidades ainda estão se recuperando

As chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul, devido ao ciclone extratropical que atingiu o estado na última semana, causaram estragos na Serra, alagando ruas e casas. Os efeitos do volume de água em excesso para a população vão desde perca de móveis, roupas, pertences e casas até o deslizamento de terras e problemas estruturais nas estradas.

De acordo com o secretário de Governo de Bento Gonçalves, Carlos Quadros, que responde também pela Secretaria de Obras, o momento é difícil para avaliar o total do prejuízo financeiro.“Temos danos ainda que serão recuperados no decorrer dos próximos 30 dias”, explica.

Os dados fornecidos pela pasta apontam que os bairros mais prejudicados foram o Municipal, Eucaliptos, Progresso, Vila Nova, Verona e Santa Helena. Muitas ocorrências foram atendidas no interior do município, na Linha Alcântara, Faria Lemos, São Pedro, Linha Zemith, Linha Demari, Passo Velho, 40 da Graciema, Eulália, Linha Imaculada, Linha Navegantes, Tuiuty e Buratti.

Rio das Antas transbordou, atingiu casas e inundou a ERS-431 na Linha Alcântara
Foto: Silvestre Santos

Vários pontos de alagamento, segundo o secretário, foram ocasionados pelo entupimento de bueiros e por extravasamento na tubulação de água pluvial. Entretanto, no município os danos não foram extremos, a ponto de deixar pessoas desabrigadas. “Não temos desalojados. As famílias da encosta do Rio das Antas, local mais atingido, foram todas visitadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros”, observa Quadros.

Santa Tereza é um dos municípios mais atingidos do estado

Em Santa Tereza, município a 30 quilômetros de Bento, a situação é diferente. O Rio Taquari transbordou e atingiu muitas casas. O coordenador da Defesa Civil do município, Jader Alexandre Becker, diz que não foi realizado um levantamento financeiro dos prejuízos. “Foram 95 famílias atingidas, que já receberam mantimentos, produtos de limpeza, alimentação, roupas e até móveis”, relata.

A Coordenadoria também afirma que 20 famílias tiveram perda total de seus bens. “As demais perderam parte dos móveis, da cozinha e do banheiro. Em alguns casos, a água entrou apenas no porão, ocorreram perdas parciais”, explica Becker.

Após mais de uma semana do começo das chuvas, a cidade está se estabilizando e recuperando as perdas causadas pelos desastres naturais. “Não há pessoas desabrigadas. Temos duas famílias, residentes da área central, que ainda estão em casa de parentes por questões de segurança, porque nós tivemos um deslizamento na beira do rio”, esclarece o coordenador.

O município, por causa dos prejuízos, prevê situação de emergência. “Os argumentos utilizados para o decreto são as pessoas atingidas, as perdas econômicas, porque o comércio ficou desde terça-feira até domingo fechado. A agricultura também foi prejudicada, pois teve alagamento das lavouras”, conclui.

Deslizamentos são maior causa de incidentes

Carlos Barbosa

  • Foram afetadas estradas do interior do município, com entupimento de bueiros e queda de barreiras.
  • Uma casa foi atingida na Comunidade do Forromeco por queda de barreira. A Defesa Civil municipal interditou o local, sendo que os moradores buscaram abrigo em outra residência.
  • Houve queda de barreira na RS 446 que liga São Vendelino a Carlos Barbosa, mas que não interrompeu o trafego de veículos à região.

Fonte: Secretário Municipal de Agricultura, Felipe Borsoi

Garibaldi

  • Deslizamento de terra na rua Buarque de Macedo (Alfândega), comprometendo a estrutura de um pavilhão onde situa-se uma mecânica e uma casa.
  • Queda de árvore na RSC-453, bairro Bela Vista, com obstrução total da rodovia. O problema já foi solucionado.
  • Queda de árvore de grande porte na avenida Rio Branco, obstruindo a via e comprometendo a alta tensão que passa no local.
  • Deslizamento de terra na Avenida Perimetral Oeste, bairro São Roque, com bloqueio parcial da rodovia. Secretaria de Obras foi acionada para remover a terra e as pedras com maquinário pesado.
  • Nas chuvas dos dias 7 e 8, houve o registro de duas casas alagadas no bairro São Francisco. O telhado de uma escola também cedeu e precisou de lona.

Fonte: Secretarias de Segurança e Mobilidade Urbana e Obras

Monte Belo

  • Nenhuma casa foi atingida.
  • Deslizamento de terra na entrada da cidade e na estrada para Linha Colussi.
  • Diversas estradas do interior com problemas ocasionados pelo excesso de chuva.

Fonte: Chefe de divisão do Turismo – Álvaro Manzoni

Situações das estradas na Serra

De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER-RS), o asfalto da RS-448, estrada principal para Nova Roma, cedeu em uma das pistas do km 39.

Deslizamento na ERS-448
Foto: Divulgação, CRBM

O DAER aconselha os motoristas que se deslocam de Veranópolis a Nova Roma do Sul a utilizarem a ERS-437. Para quem parte de Farroupilha, é recomendado seguir até Antônio Prado pela ERS-122, e então, pegar a ERS-437 e a ERS-448 para chegar ao município.

O órgão também destaca que as chuvas deterioraram o asfalto da ERS-122, entre São Vendelino e Farroupilha, favorecendo a presença de buracos no trecho.

Na ERS-431, km 9, entre o entroncamento da BRS-470, em Bento Gonçalves e São Valentim do Sul, apenas uma faixa está liberada. As outras duas foram bloqueadas por queda de barreira.