As províncias da Região do Vêneto foram as que somaram mais emigrantes para a colonização Italiana no Rio Grande do Sul, nos seguintes percentuais: Vicenza 32%, Beluno 30%, Treviso 24%, Pádua 8%, Verona 4%, Veneza 1,5%, Rovigo 0,5%.

Os emigrantes vicentinos que chegaram no Rio Grande do Sul provieram, em sua maioria, da região de montanha. Os Beluneses deixaram as zonas pobres e possuídas por grandes proprietários, desde Beluno até o extremo dessa Província. Os trevisanos que deixaram a pátria eram originários das montanhas e das regiões baixas circunvizinhas. É interessante notar que as montanhas, conhecida pelo nome de Monte Grappa, confluem as três Províncias supra-mencionadas ou seja, Beluno, Vicenza e Treviso. Precisamente dessa região é que proveio a maioria dos emigrantes vicentinos, beluneses e trevisanos. Alguns povoados tiveram, na época da emigração que se destinava ao Brasil, um decréscimo de até 50% da população. Não se quer excluir a emigração da planície; é certo que as terras de planície ofereciam melhores condições de trabalho aos agricultores, mas estavam em condições econômicas semelhantes às dos habitantes das regiões montanhosas. A situação de instabilidade político-econômica do norte da Itália, no século dezenove, fez com que habitantes de terras de planície também aderissem ao movimento emigratório.

A capital do Vêneto é a “Rainha dos Mares”, a cidade portuária Veneza. Durante novecentos anos de glória e história de Veneza, as cidades de Pádua, Rovena, Verona, Treviso, Rovigo, Ferrara, Údine, Trento, Bassano, Modena, Ádria, Trieste, com suas regiões, em determinados tempos estiveram unidas a Veneza; em outras ocasiões, separadas. Essas cidades, que também estiveram independentes e viveram sob o domínio de outros povos, como os Bizantinos, os Lombardos, os Francos, o Sacro Império Romano germânico, os austríacos, os Franceses. Quando se encontravam autônomas, eram governadas por um magistrado que detinha os poderes executivo e judiciário. Durante duzentos anos a região do Vêneto foi governada pela dinastia dos Ezzelinos. Essa família governou de uma maneira bárbara e tirana.

A convergência ou divergência dos limites políticos-administrativos com os eclesiásticos, permitiam um relacionamento comunitário múltiplo, tendo acarretado interinfluência no fenômeno da emigração.

Em se tratando da Província de Verona, nota-se a predominância do emigrante que habitava áreas situadas ao pé das montanhas e áreas de planície. O fato de os Veronenses terem emigrado em menor número, explica-se por ser Verona habitada, na parte oeste, por pescadores do lago de Garda; por outro lado, as montanhas de Verona não eram densamente povoadas como as outras Províncias Vênetas. Seus habitantes viviam em melhores condições econômicas que os montanheses de Beluno, Vicenza e Treviso.

Não esqueçam: hoje à noite, na Sociedade Educativa Barracão, jantar festivo Segonda Note Vêneta – às 20h30min – 14-11-2015