Os últimos três anos foram marcados por uma profunda crise econômica, que afetou todas as áreas de atividade. Mas será que a sensação de melhora que os brasileiros estão sentindo é real? Por conta da estabilização política, algumas coisas realmente podem ter feito mudar a economia do país. Entretanto, os economistas garantem que é preciso manter a cautela e cuidar a variável emprego, que é umas últimas a se recuperar.
O economista Imerio Corbelini garante que a recuperação será lenta e gradativa, pois no setor não há nenhum passe de mágica e nem a possibilidade de ocorrer milagres. “O primeiro passo é iniciar com a mudança de expectativa. Importantíssimo que para confirmar esta expectativa o Governo, por meio do ministro Henrique Meireles, consiga obter o ajuste fiscal, ou seja, equilibrar as receitas e despesas do Governo, algo que há quatro anos apresenta déficit”, comenta.
Além disso ele lembra que, com o ajuste fiscal em andamento, é possível reduzir a taxa de juros. Com eles em queda os empresários passam a desengavetar projetos de investimentos e isto passa a gerar emprego e renda. “Há na economia um fator que devemos levar em consideração e que aos poucos vai começar a fazer seus efeitos: a demanda reprimida, ou seja, com a crise, nós consumidores deixamos de comprar, por medo da crise”. observa Corbelini. O economista usa um exemplo: “Temos dois pares de sapatos, usamos os dois, porém um estourou. Precisamos então comprar imediatamente outro, pois corremos o risco de ficarmos descalços. Se multiplicarmos isso para todos os bens e serviços e vamos ver que temos necessidades de consumir em todas as áreas. Então lentamente a demanda reprimida fará seus efeitos, reativando o consumo”, garante.
Há ainda diversos pontos de preocupam a população e um deles é o emprego. No ano passado foi fechado 1,5 milhão de vagas com carteira assinada e somente no mês de junho de 2016, mais 91 foram cancelados. Mas Corbelini salienta que com a economia começando a movimentar-se da forma como já está acontecendo, haverá uma leve retomada de empregabilidade. “Porém isso se dará de forma muito lenta, sem recuperar a capacidade de compra, pois os salários não aumentarão no curto prazo”, finaliza o economista.
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