Infelizmente, na manhã de ontem, Bento Gonçalves alcançou o indigesto recorde histórico de assassinatos ocorridos no município em 2014. Faltando 25 dias para terminar o ano, a Capital do Vinho contabiliza 22 vítimas de homicídios e latrocínios na cidade. A situação caminha para fecharmos 2015 com um número ainda maior de mortos.

Podemos até achar que estas mortes não são tão relevantes, se olharmos números de municípios como Caxias e Pelotas, que já ultrapassaram a casa dos 100 assassinatos. Porém, aos poucos, estamos perdendo o status de cidade pacata e tranquila de outrora. Principalmente devido ao tráfico de drogas, principal vetor de impulsão dos crimes ocorridos nos últimos dois anos.

Dívidas de drogas e conflitos entre grupos rivais estão fazendo com que as estatísticas criminais aumentem de forma considerável. Não há mais absolvição nestes casos. A ordem dos líderes do tráfico é matar para dar o exemplo aos demais. Algo preocupante e que as forças de segurança não têm como evitar que aconteçam.

Pulamos de apenas 10 casos de homicídio em 2010 para 22 até o momento. Em cinco anos, registramos mais de 100% no aumento do número de pessoas assassinadas em nossa cidade. O dado é preocupante e mostra que Bento Gonçalves não está imune a este câncer terminal que assola o mundo inteiro, que é o tráfico de drogas.

Por mais que se prendam traficantes, o tráfico continua sendo disseminado, graças também ao potencial econômico do município e seus clientes de alto poder aquisitivo. O consumo de drogas é muito elevado por aqui, o que atrai, a cada dia, a cada semana, um novo traficante. Quem vende nas ruas, logo quer montar o “seu próprio negócio” e também se tornar fornecedor. Há uma sedução exacerbada pelo dinheiro rápido e fácil que o comércio de drogas proporciona. Ser preso por isso, parece não ser uma ameaça para estas pessoas. Apenas para os cidadãos de bem.