Silvio Miranda Munhoz

“Como combater o projeto ditatorial e recobrar as nossas liberdades? Não há bala de prata ou solução fácil e rápida. Há um processo de consolidação do movimento em curso que durará décadas. A esquerda passou mais de 50 anos aparelhando o sistema.” Leandro Ruschel.           

            Divulgado o resultado das eleições passamos a ver grande parte da mídia exigir um discurso do Presidente reconhecendo a derrota, como se fosse uma obrigação. A exigência legal, contida na Lei 10.609/2002 e no Decreto presidencial 7.221/2010 é a transição do governo. A ânsia pela admissão era tanta que um jornalista ao final da manifestação Presidencial aos gritos a exigia.

Imaginem se o “fascista”, como o tacham, dissesse ao fazer o discurso: “Ganhou, mas é um ex-presidiário e iremos apontar cada mentira do Governo Eleito, seremos oposição intransigente”… o que não diriam, como não o chamariam?

Recordar é viver e, em tempos de internet, isso é fácil. Segundo o acervo da Folha de São Paulo em 19/12/1989, após perder para Collor, o derrotado, disse: “Imoral, meu partido irá questionar cada mentira do Governo Eleito, serei oposição intransigente”. Eis o Lula “paz e amor” da ex-imprensa.

Pior, foi além das palavras e criou um Governo Paralelo com Ministros nomeados (lá estavam Lula, José Dirceu e outros velhos conhecidos). Criticavam o governo todos os dias, denunciavam qualquer coisa na mídia e acionavam o judiciário, na época menos ativista. O resto da história é conhecida, foi aberto um processo de impeachment, por corrupção e fraudes financeiras, em montante muito inferior aos futuros escândalos do Mensalão e Petrolão, entre outros…

Após a derrota em 2018 chegaram a cogitar outro governo paralelo, porém perceberam ser desnecessário. Após décadas de aparelhamento, a ex-imprensa agia por conta e criticou o governo todos os dias, quando acertava colocavam MAS; ao Poder Judiciário bastava pedir e lá iam os Ministros sortear um princípio para atender ao pleito, pouco importando a CF ou a Lei. Culminou com a censura prévia – é ilegal, mas aceitamos só um pouquinho, até 31/10, só que continua e não há sinal de desistirem – e a parcialidade demonstrada na eleição; e um Senado às vezes conivente, como na CPI da Covid, e outras omisso, como na fiscalização da atuação dos membros do STF.

A reação do povo ao pleito foi diametralmente oposta. Em muitos lugares os “vitoriosos” comemoram saqueando empresas, destruindo propriedades privadas e Presídios em festa fazendo o sinal do candidato, fatos retratados em inúmeros vídeos. Do outro lado, em protesto aos absurdos, cuja pequena parte foi narrada acima, o povo foi às ruas e estradas protestar, por não confiarem na Justiça que organizou e realizou as eleições. E o pior é o sentimento de angústia e indignação por não ser possível conferir (pediram por isso) se o resultado foi justo ou não. Aspecto destacado no discurso do Presidente, que ao mesmo tempo pediu não fossem usados os métodos de esquerda, devendo eventuais protestos serem pacíficos e dentro da lei.

O que acontecerá? Não sei, o futuro a Deus pertence. Como dito na citação inicial, após décadas de aparelhamento da esquerda, surgiu a direita no Brasil, com bancadas fortes no Senado, na Câmara Federal e Governadores. É preciso trabalhar para consolidar, pois a população demonstrou ser grande parte conservadora. Como todo conservador, busco defender valores e quem os cultiva e respeita e não políticos ou partidos.

Após os episódios viralizou a seguinte frase: se o que te assusta é a paralisação dos Caminhoneiros e não a festa nos Presídios, desculpa, mas tem algo muito errado em vc!

Que Deus tenha piedade de nós.