Os constantes assaltos registrados em Bento Gonçalves deixaram os lojistas desnorteados. Entre prejuízos financeiros e o temor de seus funcionários, os empresários procuram respostas para tamanha insegurança. Mudanças na rotina de trabalho, controle do fluxo de dinheiro nos caixas e a procura por segurança armada são algumas medidas motivadas pelo terror.

A indignação com a atual realidade ficou clara na reunião sobre segurança pública promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) na semana passada. Os empresários dos principais mercados da cidade bradavam por alguma reação imediata dos representantes da Brigada Militar (BM), da Polícia Civil, da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de Bento Gonçalves.

Apesar da revolta, os lojistas ainda apresentam relutância em falar publicamente sobre os problemas da segurança, seja sobre a ação dos bandidos ou do trabalho policial. Outro receio é que a exposição chame a atenção de mais assaltantes.

O empresário Ailton Adão Morais, 43 anos, aceitou ser um porta-voz dos problemas, porém pediu que não fosse identificado o seu estabelecimento. “Em 14 anos neste ramo, esta é a primeira vez que fui assaltado (o crime foi no mês passado). Dois funcionários, que estavam presentes no dia, pediram demissão. Todos estão trabalhando com um maior cuidado, com um temor que aconteça de novo”, relata.
Para Morais o maior problema é a legislação vigente e falta de presídios. “É um prende e solta. Tem vezes que o bandido vai embora antes da gente, que está registrando o flagrante. Tinha que ser mais duro com os bandidos. Assim eles estão ficando cada vez mais corajosos. A tendência é os crimes aumentarem”, opina.

Procura por segurança armada

Outro lojista, com empreendimento no bairro Borgo, que prefere não ser identificado, corrobora com este discurso. “São sempre os mesmos bandidos, com fichas (criminais) enormes”, afirma. A opinião leva em consideração também a questão dos furtos, outro problema constante enfrentado por donos de mercados. Sobre as medidas tomadas após ser assaltado, o empresário revela a procura por um vigilante armado. “Hoje eu tenho este segurança, sem horário fixo ou identificação, que eu pago para ficar controlando. É um cara experiente, com porte de arma. Não sei se é a melhor opção, nem o que vai acontecer quando vierem assaltar. Mas não quero nem saber. Algo precisa ser feito”, confessa.

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