O câncer de mama ocupa posição de destaque mundial por ser a neoplasia maligna mais incidente na mulher (excluindo os tumores de pele não melanoma) e a maior causa de mortalidade por câncer no sexo feminino.

Toda mulher necessita consultar com o médico pelo menos uma vez por ano para realizar o exame físico das mamas. As mulheres acima de 40 anos devem realizar a mamografia de rastreamento que é, atualmente, o melhor método para o diagnóstico precoce do câncer de mama, reduzindo a mortalidade em aproximadamente 30% nos estudos de rastreamento.

O câncer de mama em nosso país tem o seu quadro agravado pelo fato do diagnóstico ser feito, na maioria das vezes, numa fase tardia da doença, em especial junto às classes com menor poder aquisitivo. A detecção precoce de câncer de mama de tumores pequenos não palpáveis permite um tratamento conservador menos mutilante e com maior qualidade de vida, determinando a cura da doença em cerca de 95% dos casos, muitas vezes sem a necessidade de quimioterapia. Já a mamografia diagnóstica deve ser o primeiro exame de imagem realizado em pacientes com alguma suspeita clínica.

Nas mulheres com risco elevado para o câncer de mama, os tumores costumam ocorrer mais cedo e serem mais agressivos. Portanto, o início do rastreamento deve começar mais cedo. Paciente com parentes de primeiro grau acometidos por câncer de mama deve iniciar 10 anos antes da idade em que foi diagnosticado o câncer, mas não antes dos 30 anos.

Já as pacientes com mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA 2 devem iniciar o rastreamento entre 25-30 anos associado à ressonância magnética das mamas.

A qualidade da imagem da mamografia digital é superior àquela da mamografia analógica, já que existe maior resolução de contrastes. Sendo assim, as imagens de mamas densas são melhor visualizadas em sistemas digitais. Incidências complementares podem ser necessárias para o melhor entendimento de algum achado como, por exemplo, uma compressão localizada para a visualização das margens de um nódulo ou ampliação para melhor avaliação das microcalcificações.

Os achados mais importantes são nódulos, calcificações e distorção da arquitetura da mama. Mesmo os achados suspeitos como nódulos irregulares, que necessitam obrigatoriamente de uma biópsia, apresentam 75% de chance de serem benignos.

Para que o rastreamento mamográfico se torne uma realidade e possa reduzir a mortalidade pelo câncer de mama, as mulheres precisam ser conscientizadas sobre os benefícios da detecção e do tratamento precoce da doença, resultando em um maior número de vidas salvas e cirurgias menos agressivas.

Dr. Maximiliano Cassilha Kneubil