Essa expressão que vem do latim e é atribuída a Jesus Cristo quando se dirigiu ao apóstolo Pedro, na Via Ápia, que significa “aonde vais” ou “para onde caminhas”, já foi utilizada por mim em outros artigos. Mas, diante do que se tem visto ultimamente, ocorrendo diariamente, no Brasil, ela está sempre atualizada, podendo ser empregada em vários casos. Hoje a utilizo para reforçar um pensamento que me ocorreu assistindo a um caso documentado por filmagem e rodado numa emissora de televisão, na segunda-feira. A reportagem mostrou um rapaz dominando um desses ladrões que circulam no meio do povo, diariamente, notadamente nas grandes cidades, que havia roubado, empregando violência, um telefone celular de uma senhora. O rapaz viu a cena e partiu para cima do ladrão, dominando-o. Em seguida vários populares que estavam próximos passaram a agredir, a chutar o ladrão. E o rapaz seguia controlando o ladrão, enquanto aguardava a chegada da polícia. Pois bem, antes da polícia chegar, três amigos do ladrão atacaram o rapaz e passaram a bater nele desmedidamente. Deixaram o pobre rapaz desacordado de tanto que bateram. Mas, isso é o que chamou a minha atenção e me fez perguntar: por que todos aquelas pessoas que estavam ali, ao redor, inclusive chutando o ladrão, nada fizeram para proteger o rapaz que passou a ser agredido pelos outros marginais que chegaram para ajudar o ladrão? A resposta da minha pergunta é óbvia-ululante: nada fizeram por medo dos bandidos, mesmo estando em número bem, mas bem maior, mesmo, que eles. O problema é sempre o mesmo: medo. Medo de sofrer represálias, da violência, medo de que estejam armados e possam alvejá-los a tiros, enfim todos nós estamos tomados pelo medo de tudo. O medo principal é o da impunidade dos que transgridem as leis e regras mais elementares que regem a convivência humana. Os delinquentes são presos e rapidamente liberados. Não porque a policia ou a justiça sejam coniventes. Longe disso. Os males que nos assolam são as leis fajutas que os parlamentares fizeram e uma Constituiçãozinha permissiva, que só atribuem direitos aos borbotões e raras obrigações, as quais são facilmente desqualificadas por advogados, mesmo os recém-formados. Portanto, a pergunta que não quer calar é mesmo esta: QUO VADIS? Ou seja, adaptando: para onde nós, cidadãos de bem, estamos caminhando? Que futuro ambicionamos se o presente é esse recheio de medos? O que estamos fazendo para tentar mudar isso? Se queremos, mesmo, “mudar o Brasil”, não é mais do que hora de começar essas mudanças por nós mesmos? É melhor decidirmos isso com brevidade, não? O tempo está contra nós e marcha inexorável.