A palavra e o assunto corrupção tem sido a tônica do dia-a-dia dos brasileiros. Bem, não todos, mas para os melhor informados. Mas, o que é, mesmo, “ser contra a corrupção”? Há que se analisar detidamente isso. Nas redes sociais a esmagadora maioria é contra a “corrupção do PT”. Raramente se constata manifestações contrárias à corrupção de outros partidos, ou seja, essa “contrariedade” é seletiva. Eles abominam a corrupção daqueles que são alvo da grande imprensa, nada mais. O Partido Progressista (PP) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), para tomar apenas esses dois, são os que possuem o maior número de indiciados e/ou investigados pelas “Operações Lava Jato”, porém são raros os que manifestam indignação contra membros corruptos desses dois partidos e, claro, muito menos do partido queridinho da grande mídia, o PSDB, cujos corruptos parecem ter “isenção de investigação”. Não me manifesto sobre política partidária nas redes sociais porque não tenho estômago para suportar tanta ignorância, tanta intolerância, tanto ódio. Muitos defendem a “liberdade de expressão”, desde que seja a deles, não a dos que pensam diferente deles. Ouse postar algo que não vá ao encontro do que a manada pensa e veja o que acontece. Se você protesta contra a corrupção do governo – abundante, sub-reptícia, não investigada, impune – de fhc recebe críticas porque os governos petistas – que não tiveram nem Lula, nem Dilma sequer investigados, mesmo sob o fogo intenso da mídia e dos seus opositores partidários, da imprensa e, mesmo, dentro de órgãos que deveriam ser isentos, recebe imediatamente o qualificativo de “petralha”, além de dizerem que “deve estar recebendo “corrupção” também e muitos outros “qualificativos”. Mas, se detonar qualquer governo petista, pronto!, os “honestos seletivos” entram em quinta marcha e de luz alta apoiando tudo o que de pior você disser. Sobre a corrupção de membros dos demais partidos, nenhuma linha, nenhum qualificativo. E o pior de tudo é que, com essa postura ridícula (para quem é, verdadeiramente, ético, moral e honesto) todos esses “seletivos” afirmam querer “mudar o Brasil”. Sobre eles mesmos mudarem, nenhuma linha, nenhuma sílaba, nenhuma palavra. E como se pode medir a corrupção? Como se pode avaliá-la? Por milhões ou bilhões de reais desviados de órgãos públicos? Pela sonegação tributária? Por invadir área de estacionamento de idosos ou deficientes? Por furar filas? Por mentir em campanhas políticas? Ou, talvez, por desviar dinheiro em empresas privadas? Pois é, no meu conceito, tudo isso é corrupção. Como não há um método para medi-las, são todas iguais. Por isso é que entendo que pessoas éticas, morais e honestas, de verdade, não podem ser seletivas. Então, se ser frontalmente contrário a todos os tipos de corrupção e de corruptos é ser “petista”, podem me chamar de petista, sim. Só que jamais me viram ou verão qualquer elogio meu ou defesa a governos de qualquer partido, pelo elementar motivo que todos eles têm no seu seio corruptos da pior espécie.