Agora, que estamos às voltas com a PEC 241, se ouve de tudo, inclusive daqueles que deveriam ter posicionamento amplamente contrário, mas não têm. E vou insistir no que tenho comentado nos últimos tempos. O governo federal deveria é repensar no combate à sonegação de impostos que, até ontem, chegou a inacreditáveis 430 BILHÕES de reais. As entidades que representam a fiscalização da Receita Federal (e estadual) não cansam de publicar comentários sobre a necessidade de se contratar mais fiscais. E os governantes, sejam eles quais forem, de qualquer partido, coligação ou adesão, fazem ouvidos de mercador. Talvez porque os maiores sonegadores tenham sido os financiadores de campanhas políticas.

Não hesitam, porém, em acomodar seu correligionários e simpatizantes em milhares de cargos públicos, onde o trabalho é o que menos conta e a competência é apenas “um detalhe”. Já no que se refere ao “bolsa empresário”, uma das grandes fontes de drenagem de impostos, é imperioso que uma reavaliação seja efetuada. A previsão de renúncia tributária para 2017 é de 224 bilhões de reais. Em 2016 esse rombo representa algo em torno de 170 bilhões dez reais, “coincide” com a previsão do déficit orçamentário do ano. Não é interessante isso? A reforma de previdência é, obviamente, uma das mais importantes metas de qualquer governo que se preze. Mas, é bom que se identifique muito bem onde está o rombo maior e acabar com ele imediatamente. A previdência para os mortais comuns precisa, sim de reformas, mas a do setor do funcionalismo público é imperiosa, vital, para que o Brasil retome seus investimentos em saúde, educação, segurança pública e infraestrutura, além de outros. Antes de se discutir a PEC 241, o povo terá que exigir, exigir muito, cobrar incessantemente do governo e dos parlamentares ações no sentido de acabar com a sonegação, reduzir o “bolsa empresário” para aqueles que, realmente, precisam, rever a política salarial de alguns setores do funcionalismo público, bem como os “penduricalhos” que os engordam, e, sem dúvidas, o sistema previdenciário do setor público e privado.

Isso acontecerá? Duvido! As minorias são organizadas e lutam pelo que querem. Já o povo prefere “não se incomodar” ou bater panelas sem noção e fazer manifestações dirigidas. Por isso continuará a pagar essa salgada conta. Mas, não poderia concluir este artigo sem enviar meus melhores cumprimentos aos médicos, muitos leitores de meus escritos. Parabéns, senhores médicos, pelo seu dia, ontem comemorado. Uma profissão que, antes de tudo, antes de profissionalismo, exige muito amor ao próximo, dedicação sem horários a serem cumpridos, merece o nosso reconhecimento. Por isso, recebam o meu e, certamente, o da maioria da população. Parabéns pelo seu dia, senhores médicos!