Estamos no limiar de um novo ano, programando a festa do fim deste. Já ouvi muitas vezes que 2015 é para ser esquecido. Não, não é. É para ser lembrado por todos os séculos, amém! Sim, porque ele deverá servir de lição a todos de “como não fazer as coisas”, provado que foi na sucessão de equívocos, seja na área da imprensa, das empresas, dos bancos e similares e, principalmente, no tocante à política partidária que chegamos ao atual estágio. Teve continuidade em 2014 o terceiro turno das eleições. Os “donos do Brasil” mobilizaram sua “tropa de choque”, que se encontra no seio de todos os partidos, para executar a máxima do “quanto pior, melhor” (para eles, claro). Políticos cooptados através das doações de campanha – que nada mais são do que a realização plena do “toma lá, dá cá” – agem exatamente da forma com que são mandados, atendendo os interesses escusos dessa minoria que detém a maior parte da riqueza nacional. Tivemos sonegação de impostos em âmbito nacional fantástico. A sonegação chegará facilmente aos R$ 520 bilhões em 2015. Com esse dinheiro dos impostos pagos pelo povo e não recolhido aos cofres municipais, estaduais e federal daria para pagar sete bilhões e meio de bolsas família, ou seja, pagaria o benefício às famílias carentes, cadastradas e fiscalizadas pelas prefeituras dos mais de 5.500 municípios brasileiros durante 312 anos. Repito: trezentos e doze anos! Isso o que só será sonegado em 2015 no Brasil. Some-se a essa fortuna colossal os valores das multas aplicadas pela fiscalização – que estão sendo discutidas, mas analisadas pela Operação Zelotes -, que superam R$ 600 bilhões dá para dimensionar os motivos da “crise” brasileira. O povo está pagando essa conta, obviamente, com falta de empregos, com demissões, sem a saúde, segurança, educação e infraestrutura adequadas. Mas, eles, os políticos, passaram o ano todo querendo se manter no poder ou querendo tirar quem está no poder para assumi-lo, mesmo que isso tenha causado esse mal todo ao Brasil. Não, não podemos esquecer 2015! Foi o ano em que cada um decidiu interpretar a Constituição e a legislação de acordo com seus, não raramente, escusos interesses. Como esquecer o ano em que a justiça foi questionada por petistas e antipetistas na medida em que as decisões foram a seu favor ou contra? Como esquecer um ano em que o PMDB, PP, PT e outros “contribuíram” com farto noticiário de membros seus envolvidos em corrupção? Como esquecer o ano em que o PSDB teve apenas um membro condenado, mesmo tendo vários protagonistas de roubalheiras, a exemplo de muitos anos passados? E do DEM? Como esquecer um ano que deve servir de exemplo de “como não se deve agir em todos os setores da sociedade”? Devemos, isto sim, é lembrar diariamente que os corruptos, sejam petistas ou antipetistas, devem ser punidos. Devemos é lembrar que está mais do que na hora de se tomar medidas, doa a quem doer – mas, de verdade-verdadeira – para higienizar o Brasil de todos os corruptos que o roubam diariamente. A todos os que se valerem das experiências de 2015 para tornar o 2016 um ano de recuperação, desejo um ótimo ano novo!