Pelo menos quatro escolas estaduais no município estão em greve devido ao parcelamento do salário praticado pelo governo de José Ivo Sartori. Três delas aderiram ao movimento de forma parcial, enquanto uma declarou greve total, por tempo indeterminado.

A Escola Estadual Mestre Santa Bárbara, que está em estado de paralisação geral, não tem previsão de quando as atividades devem ser retomadas. Além disso, as escolas Dona Isabel, Imaculada Conceição e Maria Goretti têm a maior parte dos funcionários paralisados.

De acordo com a diretora da Mestre, Angelita Sotili, a grande maioria dos professores decidiu pela paralisação. “Seria melhor que isso não estivesse acontecendo, mas também gostaria que todo mundo estivesse ganhando bem”, comenta.

Segundo ela, a escola espera um posicionamento do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) e do governo gaúcho para mudar sua decisão. “Nós temos funcionários que não tem mais dinheiro para colocar gasolina e vir trabalhar”, observa.

O Cpers organizou um ato solene em Porto Alegre e cerca de 28 professores da região compareceram ao protesto, nessa terça-feira, 12. O órgão decidiu pela greve em assembleia geral no dia 5 de setembro, com a justificativa de que a intenção do governo do Rio Grande do Sul é “destruir a educação pública e fomentar o crescimento do setor privado na educação”.

Para a diretora-geral do núcleo do Cpers, que representa Bento Gonçalves, Juçara Borges, o movimento é contra o desrespeito que o Governo está tendo com os servidores públicos, em especial com educadores. “Foram depositados só R$ 350,00 na conta. Ele (Sartori) está tirando a dignidade do profissional, que estudou, se formou e continua estudando. Isso é um descaso com a educação pública do Rio Grande do Sul”, argumenta.

Ainda, segundo a diretora-geral, parcelar o salário dos funcionários públicos e atrasar o décimo terceiro é inconstitucional, uma vez que a constituição do Rio Grande do Sul define as regras quanto ao pagamento dos servidores do estado. “O Governo quer que a Assembleia Legislativa aprove projetos que retire o direito dos trabalhadores, não tem como a categoria não se revoltar”, afirma. A 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE), que responde pelas escolas estaduais da região, informou ao Semanário que as instituições ainda não comunicaram oficialmente sobre a greve.

Situação das escolas no município

Colégio Estadual Dona Isabel – Greve parcial
Colégio Estadual Landell de Moura – Não decidido
Colégio Estadual Visconde de Bom Retiro – Não aderiu à greve
E.E de Ensino Médio Imaculada Conceição – Parcialmente em greve
E.E de Ensino Fundamental Anselmo Luiggi Piccoli – Não aderiu à greve
Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles – Não decidido
E.E de Ensino Fundamental Escola Bento Gonçalves – Alguns funcionários em greve
E.E de Ensino Médio Mestre Santa Bárbara – Greve por tempo indeterminado
E.E de Ensino Fundamental Luiz Fornasier – Não aderiu à greve
E.E de Ensino Fundamental Carlos Dreher Neto – Não decidido
E.E de Ensino Fundamental Pedro Vicente da Rosa – Não aderiu à greve
E.E de Ensino Fundamental Irmão Egídio Fabris – Não aderiu à greve
E.E de Ensino Fundamental General Amaro Bittencourt – Não aderiu à greve
E.E de Ensino Fundamental José Farina – Não decidido
E.E de Ensino Fundamental Maria Goretti – Parcialmente em greve