A quinta-feira foi de intensa tristeza para o casal Jacir Carini, de 53 anos, e Lourdes Carini, 63. No dia 2 de outubro completou quatro anos da morte do seu único filho, Alan Carini, na época com 20 anos, após ser atropelado por um automóvel na avenida Planalto. O que mais incomoda os pais da vítima é sensação de impunidade.

No ano passado, o Tribunal de Justiça decidiu por desclassificar o crime de homicídio simples e lesão corporal de natureza grave para homicídio culposo de trânsito. Com a determinação, o promotor Gilson Medeiros, responsável pelo caso, precisou apresentar uma nova denúncia contra o motorista Vilson Juarez Fianco.

O processo criminal aguarda o encerramento da fase instrutória e a abertura de prazo para alegações finais relativamente aos delitos de condução de veículo automotor em estado de embriaguez, homicídio culposo de trânsito e lesão corporal praticada na direção de veículo automotor (artigos 306; 302 “caput”; e 303, “caput”; todos do CTB). A denúncia foi feita ainda no mês de setembro do ano passado, e desde então está em análise pela titular da 1ª Vara Criminal, juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo.

“É um calvário para a família”

“Para os pais, e até para o próprio acusado, a sensação é de impunidade. Lembro que ele comemorou a decisão do Tribunal de Justiça como se fosse uma absolvição. Ele está numa vida normal, até o direito de dirigir já voltou. Acredito que não aprendeu a lição. Mas eu acredito que a consequência judicial ainda virá”, afirma Kleber Ben, advogado do casal Carini e responsável pela ação civil que pede uma indenização.

Ben acompanha o inquérito do Ministério Público e informa os pais sobre o andamento. “É um calvário para a familia. Desestruturou, pois era o único filho. Era a chance de ter uma assistência na velhice. Apagou uma luz na vida deles. O casal me procura bastante e perguntam sobre o caso. Eles até entendem que a Justiça é demorada assim, mas é dificil de aceitar. O que eles estão vendo é uma impunidade, pois o responsável não teve nenhuma consequência. Quatro anos depois, para eles nada foi feito”, relata.