Pelo que se percebe, a expressão consagrada popularmente “caiu a ficha” é de total desconhecimento dos poderes públicos brasileiros. A população já teve sua “ficha derrubada” fragorosamente há muito tempo, diante de todas as mazelas a que foi submetida por imposição das chamadas “autoridades competentes”, sejam elas eleitas pelo voto, concursadas ou beneficiadas por serem “amigas do rei”. Todavia, mesmo diante de todas as dificuldades que se apresentam, seja no tocante à arrecadação tributária abusiva, extorsiva enfiada goela abaixo da população, seja nas excessivas benesses que pagamos a boa parte do setor público, eles ainda continuam pensando que “o poço não tem fundo” e que continuará jorrando “leite e mel” do bolso dos que os sustentam. Até quando, mesmo?

Vai cair, mesmo?
Que o Estado está quebrado e a União vai pelo mesmo caminho, até os pombos da Rua Marechal Deodoro sabem. Mas, pelo que se vê, só eles, os pombos, e o povo que paga a conta perceberam isso. Ah, sim, sei, os “direitos adquiridos” estão na Constituição (aquela “cidadã”, do Ulisses Guimarães, lembram?). Só que o tempo passa, o tempo voa e só o povo é que não “continua numa boa”. Horários de trabalho reduzido para algumas categorias graças a leis elaboradas em mil e novecentos e antigamente continuam em pleno vigor, mesmo com o surgimento da Tecnologia da Informação; “Licenças Prêmio” para quem tem estabilidade no emprego, não por merecimento; Aposentadorias precoces, como se ninguém tivesse percebido que a expectativa de vida aumentou em mais de 30 anos. Enfim, como está claro que a “ficha” de quem de deveria não cairá por conta própria, a da população deverá cair ruidosamente.

O papel da imprensa
Escancaradamente o papel da imprensa que, ao longo da história, foi o de “informar” voltou-se ao partidarismo político. Hoje há flagrante divisão entre imprensa petista e antipetista, ignorando totalmente a informação real, concreta, provada com fatos. Se essa imprensa não estivesse a soldo de partidos e de políticos, certamente estaria informando as verdadeiras causas dessa desgraceira que detona os cofres públicos. Ah, sim, através da internet o povo pode obter informações confiáveis (ou não). Mas, que tipo de “informações” se pode obter, em se tratando dos poderes públicos? Qual o índice de dificuldades que se apresentam? E depois, caso se obtenha as informações desejadas e não sejam aceitas por absolutamente imorais, antiéticas ou, mesmo, ilegais, o que fazer com elas? Queixar-se para “o bispo”? Para “o pastor”? Pois é, resumindo tudo isso, temos que entender, por bem ou por mal, que não há solução para essas excrescências todas? Bem, resta saber até que ponto a paciência e o bolso do povo aguentará. Quem viver, verá!

Devem estar contentes!
Sim, devem estar eufóricos! Me refiro aos “jênios” que compareceram na Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves para “apoiar o aumento no número de vereadores”, ocasião em que eles aumentaram de onze para dezessete. Esses “jênios” defendiam que teria “maior representatividade” e que “não aumentaria a despesa”. Isso contrariando o que dizia o vereador Valdecir Rubbo na época, quando afirmou alto, claro e bom som que “iria, sim, aumentar as despesas”. Qualquer pessoa, mesmo de mediana inteligência e que soubesse contar até dez “de carreirinha” sabia disso. Menos os “jênios”. Pois esta semana o Portal Leouve publicou dados sobre as câmaras de vereadores de Bento, Caxias e Farroupilha. Acesse o portal e veja os valores e as comparações. Depois, chore de raiva por não ter estado na Câmara quando votaram os absurdos que estamos pagando. Agora só falta dizerem que “falta dinheiro para a saúde”. E ouviremos isso, com certeza.