Maioria das localidades apresenta problemas de conexão, mas instituição representante dos trabalhadores rurais na região negocia soluções com empresas e Poder Público

A qualidade da internet nas comunidades do interior da região foi tema de discussão em reunião do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves, Monte Belo, Santa Tereza e Pinto Bandeira, na quarta-feira, 18. No encontro, agricultores, lideranças políticas e empresas discutiram soluções que podem ser viáveis para atender todo o interior com internet de fibra óptica.
Representantes dos quatro municípios ficaram responsáveis por fazer um mapeamento das regiões onde a conexão é mais problemática, além de conversar com moradores para estudar possibilidades. No dia 16 de maio deve ocorrer outra reunião com as empresas que atendem a região.
Segundo companhias do setor, o custo para cabeamento em todas as localidades pode ser bastante elevado, podendo chegar, em alguns casos, no valor de R$ 1 milhão. Por isso, uma das sugestões apresentadas é aproveitar a estrutura já já instalada e dar continuidade às redes. Por exemplo, se determinada empresa já está presente no centro de Monte Belo, a solução viável é dar continuidade à rede a partir desses cabos.
Além disso, foi exposto também sobre a necessidade de pensar em comunidade, para dividir os custos e ampliar o alcance das instalações dos cabos. Relatos demonstram que alguns moradores dividiram custos para instalar o serviço.
Segundo o presidente do Sindicato, Cedenir Postal, existem dificuldades em muitos pontos nos municípios de atuação da entidade, mas a principal preocupação é com os locais mais distantes, no final das linhas, onde há poucos moradores. “É meu sonho que dentro de um curto espaço de tempo, dentro de três ou quatro anos, todos os municípios de abrangência do Sindicato sejam atendidos na totalidade com fibra óptica”, ressalta.
Ele comenta que enquanto há comunidades que já foram atendidas, outras ainda apresentam muitos problemas técnicos e a conexão é precária. “São locais mais difíceis de chegar. Se todo mundo se empenhar junto, para buscar soluções, acho que dá para avançar muito”, afirma.
A partir da análise que será realizada até a reunião do dia 16 de maio, Postal comenta que será possível definir os próximos passos e avançar na discussão. “Vai ser possível ter um levantamento de quais localidades já foram atendidas e quais ainda faltam atendimento. Tendo isso em mãos, podemos ver com as empresas qual é a próxima etapa e começar a marcar as reuniões com o pessoal das localidades”, prevê.

Reclamações e soluções

De acordo com o representante da AdilNet, Roberto de Carli, a internet no interior tem se tornado algo cada vez mais necessário, visto que a partir do próximo ano será necessário implantar a Nota Fiscal Eletrônica. “Para qualquer coisa que for fazer, é preciso”, comenta.
Ele observa que uma solução simples, para baratear as instalações, é utilizar da fibra mais próxima da comunidade, visto que reduz o custo com cabeamento. “Isso vai viabilizar com certeza. Nós temos que proporcionar uma internet de qualidade, de alta velocidade e que no futuro possa servir como TV a cabo”, aponta.
De acordo com a agricultora Daniela Mezadri, moradora da Linha Verissimo de Matos, a internet no local é pior do que a discada, sendo que a maioria dos moradores utiliza conexão via rádio. “É bacana que isso seja discutido. Tem toda essa parte da nota fiscal, não tenho como sair da minha propriedade com um caminhão carregado para ter que fazer uma nota em Bento”, analisa.
Ela acredita que o Poder Público pode auxiliar para haver diálogo entre as comunidades e viabilizar as instalações. “Tomara que eles se preocupem também conosco”, observa.