Quem tem lido minhas colunas, onde externo minhas opiniões e a daqueles que me contatam, deve lembrar as centenas de vezes em que afirmei, com todas as letras, que não há virgens na política partidária brasileira e, reforçando, que são todos farinha do mesmo saco. Pois bem, esta semana foi marcada por uma notícia que eu esperava faz tempo: o indiciamento de dezenas de políticos, de vários partidos, dentro da Operação Lava Jato. Rodrigo Janot – finalmente – pediu o fatiamento do Inquérito ao STF, afirmando que “integrantes dos três partidos – PT, PMDB e PP – se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e de uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias”. E o ministro do STF, Teori Zavaski, decidiu atender.

Quadrilha? Qual? Quem? II
E a imprensa divulgou a lista dos investigados. Para surpresa de muitos fanáticos político-partidários – não para mim e quem acompanha, isentamente, apartidariamente as notícias – não foram só petistas os listados. Aliás, a bem da verdade, a “quadrilha” é bem diversificada, senão vejamos: os indiciados foram 13 (TREZE) do PT – dentre eles, Lula -; 28 (VINTE E OITO) do PP; UM do Solidariedade; UM do DEM; 31 (TRINTA E UM) do PMDB; UM do PSC; UM do PTB e UM do PTC. Vejam só! A “quadrilha” tem mais gente do PMDB e do PP. Mas, faltam muitos para compor e fechar os “quadrilheiros”. Alguns partidos têm membros historicamente corruptos, todavia, por mais estranho que possa parecer, eles conseguem uma, digamos, “imunidade” incrível. E a pergunta é, pois, qual é a quadrilha e quem são os legítimos quadrilheiros. Será que as “autoridades competentes” completarão o serviço?

E agora, José?
O pior de tudo isso, para os corruptos, ladrões e afins, é a decisão do Supremo Tribunal Federal – STF – que determina que os condenados em segunda instância deverão esperar recursos, se houverem, na cadeia. Acabou as coisinhas aquelas que beneficiaram, emblematicamente, alguns ladrões de colarinho branco, chamadas “recursos”, “embargos”, etc. Todas as “coisinhas” aí fizeram com que muitos ladrões tivessem suas penas prescritas. Um exemplo é o “mensalão tucano (PSDB) mineiro”, que já está quase prescrito. E o “trensalão paulista” segue no mesmo caminho, já tendo, inclusive, beneficiados com a prescrição. Imagino que, agora, muitos “josés” colocaram as barbas de molho. Ou será que darão um jeitinho de reverter isso?

Greves
Sim, todos têm direito a fazer greves visando conquistar benefícios próprios. O que não têm direito é de prejudicar milhares, milhões que nada têm a ver com a coisa toda, mas que, ao final, são os que pagam a conta. Essa greve dos bancários, já contumaz, pois todos os anos é a mesma coisa, pode ter atendido, parcialmente, o interesse imediato da categoria, mas, analisando-se friamente, pode ter prejudicado mais a eles do que a própria população. Com as agências fechadas, mais uma vez o povo teve que se virar. Muitos descobriram a internet e outras formas de pagar contas e usar serviços bancários. Se todos continuarem usando essas ferramentas, quantos poderão ser dispensados? Há um velho ditado que li numa empresa, junto ao relógio-ponto: “nunca falte ao trabalho, porque de sua falta poderá parecer que sua falta não faz falta”. Vamos torcer para que os banqueiros não tenham isso em mente.