A psicoterapia infantil é um processo que investiga e identifica os problemas que impedem o desenvolvimento saudável de uma criança, ajudando-a a lidar com as dificuldades e melhorar sua vida. Nesse sentido, o psicólogo ajuda a criança a se conhecer e expressar sentimentos de forma adequada, para que possa ser compreendida pelos adultos à sua volta.

O trabalho com crianças é realizado por meio de jogos, brincadeiras e histórias, visto que a linguagem lúdica é a maneira pela qual a comunicação é melhor efetuada com o universo infantil. É através dessas atividades que as crianças expõem seus medos, seus desejos, demonstram como reagem a frustrações, perdas e expectativas, que aprendem sobre si, experimentam novas possibilidades e constroem suas potencialidades.

As crianças representam através de brincadeiras o que acontece em seu ambiente familiar, social e afetivo e demonstram como interagem com esses meios. Desta forma, paciente e psicólogo descobrem, organizam e tratam os conflitos que perturbam o seu desenvolvimento saudável. O que diferencia a brincadeira que acontece na psicoterapia dos outros momentos de brincadeira da criança é justamente a forma como o psicólogo aborda esse brincar.

Como visto, as sessões de psicoterapia são realizadas com a própria criança, porém, o psicólogo realiza encontros com os pais/responsáveis e estas conversas são essenciais pois nesses momentos eles expõem suas dificuldades e dúvidas em relação ao problema que enfrentam e que envolvem as crianças e recebem orientação para lidar com elas. No tratamento psicológico de crianças é fundamental a participação dos pais/responsáveis, sendo que a união entre psicólogo e família garantirá o sucesso do tratamento.

Mas, como saber se a criança precisa ou não de um acompanhamento? A percepção se dá em função das mudanças de comportamento que geralmente são percebidas por um adulto, seja um familiar ou um profissional da educação. Diferente do adulto, a criança ainda não possui conhecimento suficiente para identificar e entender quando algo não está bem no seu desenvolvimento emocional e social, por isso o olhar atento dos adultos é extremamente importante.

São diversas as situações que levam uma criança a fazer terapia. Na maior parte das vezes, estes problemas estão relacionados ao ambiente familiar, as dificuldades de aprendizagem e ao convívio social. Alguns exemplos são: agressividade com outras crianças (inclusive irmãos); dificuldades escolares; recusa a ir à escola; problemas relacionados à falta de limites (birra, teimosia); irritação; timidez; isolamento, medos e fobias; entre outros.
A prática psicoterapêutica com crianças permite que os conflitos presentes nessa idade possam ser trabalhados para que não se estendam para a vida adulta. É na infância que se estabelece os primeiros registros do mundo e que se internalizam questões que podem fazer parte da vida adulta. Se as dificuldades que a criança vive puderem ser trabalhadas e resolvidas de forma satisfatória ainda na infância, a tendência é que estas dificuldades não se estendam ou ressurjam na vida adulta.

Renata Rigon Cimadon
Psicóloga
CRP 07/16650
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