Voluntárias de Bento Gonçalves ampliam confecção de roupas para atender recém-nascidos, idosos e vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, demonstrando a força da comunidade em tempos de crise

O projeto “Linhas de Afeto”, um grupo dedicado de voluntárias que confeccionam roupas para recém-nascidos, estão expandindo suas ações para ajudar também idosos e as vítimas das recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. Este grupo, que já se destacou por seu trabalho solidário no Materno de Bento Gonçalves, está agora, direcionando seus esforços para atender uma demanda ainda maior, incentivada pela situação de emergência na região.

O “Linhas de Afeto” começou após uma conversa entre amigas, que decidiram criar um projeto voluntário voltado ao público feminino. O objetivo era proporcionar carinho e afeto às gestantes que não têm condições de adquirir roupas para seus bebês. Assim, adotaram o Centro de Referência Materno Infantil de Bento Gonçalves para aplicar o projeto piloto, confeccionando casaquinhos, meias, sapatinhos, mantas e outros itens essenciais para recém-nascidos. “Tudo começou após uma conversa entre algumas conhecidas onde surgiu a ideia de fazer um projeto voluntário, então amadurecemos a ideia de trabalhar em algo voltado ao público feminino. Assim, nasceu a ideia da confecção de roupas para bebês e crianças necessitadas. Disso, começaram a surgir nomes para o projeto e o escolhido foi ‘Linhas de Afeto’”, conta a coordenadora do projeto, Sirlei Seben Ismael.

Composto por quase 30 voluntárias, cada uma confecciona as peças em casa. Quando prontas, são recolhidas e entregues ao Materno, onde é distribuído conforme os cadastros durante os atendimentos.“Somos 25 voluntárias. A dinâmica inicial é que cada uma confecciona as peças em sua casa e quando elas estão prontas, faço o recolhimento e após a entrego no Materno. Confeccionamos casaquinhos, meias, sapatinhos, mantinhas de soft, cobertinhas, polvos e pretendemos ampliar com outros produtos”, relata.

No entanto, frente à calamidade que assolou o estado, o projeto viu a necessidade de ampliar seu alcance. Com as enchentes deixando muitas pessoas desabrigadas e em necessidade urgente de ajuda, o grupo decidiu estender suas ações para confeccionar roupas e outros itens essenciais também para idosos e demais afetados pela tragédia.

Sirlei, ressalta que a ampliação das atividades do “Linhas de Afeto” depende crucialmente da colaboração da comunidade. “Sabemos que com a divulgação podemos contar com um número maior de doação de material para a confecção dos produtos”, conta.

A intenção é mobilizar mais voluntários e arrecadar mais insumos, como tecidos, linhas e aviamentos, para continuar a produção em larga escala e atender às novas demandas emergenciais. “Nosso maior desafio é o recrutamento de novas voluntárias e também a doação de matéria-prima para confecção das peças. Precisamos de pessoas que se disponham em reservar parte do seu tempo para ajudar o próximo, além de linhas, tecidos de soft, lãs, fraldas e produtos de higiene pessoal para os bebês”, explica.

A resposta da comunidade já tem sido positiva, mas a necessidade é grande e constante. Sirlei destaca que a solidariedade demonstrada até agora é inspiradora, e que o apoio contínuo será fundamental para que o “Linhas de Afeto” possa alcançar seus objetivos de ajudar os mais vulneráveis durante este período de crise. A divulgação da iniciativa é um passo importante para garantir que mais pessoas conheçam e contribuam com o projeto, seja com doações materiais ou com trabalho voluntário. “Tivemos uma diminuição das peças produzidas. Nosso grupo foi afetado, pois algumas voluntárias estão envolvidas na ajuda, na distribuição, produção de alimentos e outras necessidades aos afetados por essa catástrofe. Sendo assim, vamos nos adaptando da forma que é possível”, relata.

O impacto do projeto é profundo, com histórias emocionantes como a de um jovem casal inseguro prestes a ter seu primeiro filho, que encontrou conforto nas doações recebidas. A qualidade e segurança dos materiais usados são garantidas, assegurando que não prejudique quem recebe. “Um momento muito marcante de uma entrega, foi de um casal muito jovem que estava prestes a receber seu filho e era perceptível o olhar de insegurança, os desafios que teriam pela frente e o medo do desconhecido. Em uma breve conversa durante a entrega de um casaquinho ao bebê, notamos uma troca de olhares e um sorriso entre o casal. São pequenas atitudes que representam muito para nós”, relembra Sirlei.

Como Contribuir

Quem quiser ajudar o projeto “Linhas de Afeto” pode entrar em contato diretamente com a organização através de suas redes sociais ou pelo telefone disponível no site oficial. Doações de materiais como tecidos, linhas, e outros itens de costura são extremamente bem-vindas, assim como a adesão de novos voluntários que queiram se juntar a esta causa nobre. Toda ajuda é essencial para continuar proporcionando um pouco de conforto e dignidade às vítimas das enchentes e aos idosos que precisam. “Com a ampliação da nossa equipe de voluntárias e doação de matéria-prima, pretendemos alcançar mais locais que necessitam e beneficiar um número maior de pessoas, estendendo o projeto a todas as pessoas que necessitem do nosso voluntariado”, conclui Sirlei.

Para mais informações o grupo conta com os perfis no Instagram (@linhasdeafeto_bg) e Facebook (@linhasdeafetobg), onde quem quiser pode acompanhar o trabalho que está sendo realizado.