Atividade contou com a participação de 70 importadores de pelo menos 15 países e 145 empresas brasileiras exportadoras

A parceria firmada entre o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), por meio de seus projetos de exportação apoiados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), realizaram as rodadas de negócios do Projeto Comprador Movelsul Brasil 2018. Com 70 importadores convidados para negociar com 145 empresas e designers, a edição foi considerada a maior já realizada em todo o tempo de projeto na feira, focando em países com potencial de negociação para os móveis brasileiros. O Projeto Comprador, realizado desde o ano 2000, foi uma das principais ações paralelas dentro da feira, gerando negócios entre as fabricantes de móveis e importadores e que alcançou números extraoficiais na casa de U$$ 60 milhões.

Atividade visa fomentar a exportação e a venda de produtos. Foto: Augusto Tomasi

Seguindo as ações da Movelsul Brasil para o mercado internacional, que têm como objetivo acelerar a retomada de desempenho do setor moveleiro, lojistas e distribuidores de países da África, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Reino Unido (com expansão para os demais países da Europa) estiveram participando das rodas de negócios do projeto Comprador. Conforme a consultora de mercado internacional do Sindmóveis Ana Cristina Sant’anna Schneider, a edição de 2018 projetou um grande espaço no evento para fomentar parte de diversos projetos já existentes. “A Movelsul congregou o espaço de uma feira de mobiliário, todos esses players envolvidos na cadeia produtiva e potencializá-los junto ao evento, porque aqui o comprador tem toda a dimensão: ele vê o designer e o produto final exposto”, explica.

Ainda, segundo Ana Cristina, os projetos Orchestra Brasil e Raiz, em parceria com a Apex-Brasil, que fomentam as exportações dos fornecedores do setor moveleiro e do serviço brasileiro de design estão juntos com o Sindmóveis, que conta com um Comitê Internacional que estuda e amplia a atuação das empresas associadas no mercado externo.

Outro ponto apresentado pelo consultor de mercado internacional do Sindmóveis, Eduardo Trapp Santarossa, é a força que a marca da Movelsul tem no setor moveleiro mundial. “A cadeia moveleira tem a oportunidade, aqui em Bento Gonçalves, de estar em um evento referência do setor que ocorre desde a década de 70 e, por isso, consegue ser uma atração para o comprador vir até aqui e conhecer toda essa gama de fornecedores, designers, tantos envolvidos com o setor”, garante.

Interesse no mercado externo

Devido à estagnação da economia brasileira, em virtude do forte período de recessão, o mercado externo esteve na vitrine durante este período, intensificando o interesse dos compradores, considerado por Ana Cristina como um “movimento natural” e que a empresa que traçou uma estratégia para a internacionalização, hoje ela colhe os resultados positivos, diferentemente de quem não se preparou. “A empresa que sentiu o mercado retrair e está buscando alternativas, ela precisa ter esse timing de conquista. Mas, com certeza, isso faz com que haja um olhar maior para o projeto Comprador Internacional”, explica.

Consultores do Sindmóveis avaliam positivamente os resultados. Foto: Ranieri Moriggi

Conforme Santarossa, o setor moveleiro ainda sofre com a crise brasileira. “Hoje o patamar de produção, empregos e faturamento da indústria ele é inferior do que era nos anos de 2012 e 2013”, afirma. Porém, segundo o consultor, a partir do segundo semestre do ano passado, o mercado iniciou uma recuperação. “Foi um crescimento pequeno, inicial, mas que fomentou a capacidade produtiva e preparou para suprir as demandas existentes. É uma indústria que está se recuperando e tem todas as condições para superar os patamares do passado”, garante. “Se por um lado, a economia brasileira está retraída, por outro, nós estamos mais competitivos globalmente. Isso abre mais potencial como fornecedor”, ressalta.

Otimismo foi a palavra

Durante os dias em que o projeto Comprador esteve em ação, os organizadores puderam sentir a volta do otimismo empresarial. Resultado disso foi o alcance recorde de negócios realizados. Conforme a equipe consultiva, foram cerca de U$$ 60 milhões captados através de rodadas de negociações. Conforme Ana Cristina, os feedbacks recebidos pelos empresários mostra o resultado positivo do projeto. “Ouvimos muitos comentários, quanto ao grau de inovação, tanto no porta da feira, como nos participantes, além de boas reuniões e oportunidades de negócios, então isso foi muito positivo”, explica.

O presidente do Sindmóveis, Edson Pelicioli, reforça que o contato com as exigências e peculiaridades do mercado internacional torna as empresas ainda mais competitivas no mercado doméstico e internacional, promovendo o desenvolvimento do setor moveleiro como um todo, o que, como consequência, beneficia o polo. “No que tange à importação mundial de móveis, de um valor de aproximadamente US$ 160 bilhões, o Brasil detém menos de 0,5% desse mercado. Só esses dados mostram que o mercado consumidor internacional é bastante relevante, onde existe um grande potencial no qual as exportações brasileiras ainda têm muito espaço para crescer”, pontua.

Rodadas de negócios superam U$ 60 milhões

Realizado pela Abimóvel, em parceria com a Apex-Brasil, por meio do Projetos Brazilian Furniture, o Projeto Comprador Movelsul 2018 bateu recorde, com mil rodadas de negócios entre mais de 50 compradores internacionais de 20 países e 115 empresas brasileiras do setor moveleiro.

O Projeto Comprador consiste em rodadas de negócios entre o fabricante brasileiro de móveis e importadores de diversos países, fomentando as exportações brasileiras através de reuniões.

Para Willian Antunes Casarim, gerente do Projeto “.Project Manager”, as ações realizadas em diversas feiras visam dar visibilidade das empresas brasileiras aos investidores internacionais. “A indústria de móveis nas ações internacionais tem crescido representativamente. Com a crise, as empresas tiveram um direcionamento para o mercado internacional mais forte, mais presente. E as ações das empresas no projeto demonstram esse movimento de acesso”, comenta.

O presidente da Abimóvel, Daniel Lutz, ressaltou a grande quantidade de negócios fechados durante o projeto Comprador, o que, segundo ele, é resultado da qualidade do trabalho brasileiro. “O expressivo número de rodadas de negócios é resultado da qualidade do mobiliário brasileiro e dos trabalhos de inteligência realizados pelo Projeto Brazilian Furniture para a promoção do setor de móveis no exterior”, finaliza.