Professores, diretores e funcionários de diversas escolas estaduais de todo Rio Grande do Sul paralisaram suas atividades na última quarta-feira, 02 de maio, como forma de protesto.

Em Bento Gonçalves não foi diferente. O 12° Núcleo do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) também organizou uma atividade para discutir a situação dos funcionários. A Diretora Geral do Cpers, Juçara de Fátima Borges, afirma que a categoria está buscando uma educação pública de qualidade e com valorização dos educadores. “Estamos lutando para que o Governo dê uma reposição de 28,78% da inflação para os nossos salários. Estamos há quatro anos com os salários congelados, sem reajuste e sendo parcelados”, relata.

Diretora Geral do Cpers, Juçara de Fátima Borges

De acordo com Juçara, foi decidido na Assembleia Geral do Cpers, realizada no dia 12 de abril, que a categoria vai paralisar as atividades todo primeiro dia útil de cada mês em que o Governo atrasar ou parcelar a folha de pagamento. “O Governo pagou no dia 30 só quem recebe até R$1,1 mil, mas esse é o dia em que todos os educadores e servidores deveriam receber, não só quem ganha esse valor”, acrescenta.

“A partir de agora, enquanto o Governo não regularizar o pagamento no dia 30, todo dia subsequente haverá paralisação”

Além da reposição das perdas salariais e dos pagamentos em dia, os servidores também pedem a realização de concursos públicos para professores e funcionários das escolas. De acordo com Leonildo de Moura, Diretor da Escola Estadual General Bento Gonçalves da Silva, o colégio está com todos os setores debilitados. “Os contratos emergenciais que têm sido feitos para suprir as necessidades das escolas estão cada vez mais precários, são contratos fechados, fazendo com que as pessoas desistam. Temos uma necessidade muito grande de recursos humanos, supervisão, secretaria, vice direção”, conta.

O professor de História e Geografia na Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Antônio, em Garibaldi, presente na paralisação, afirma que essa situação tem prejudicado a categoria. “Queremos oferecer um serviço de melhor qualidade para os nossos alunos. Não tem mais como passar quatro anos sem reajuste. Essa paralisação é justa, porque vamos para sala de aula e fazemos nosso trabalho todos os dias”, comenta.

Próximos passos

Está marcada para o dia 13 de maio, em Porto Alegre, a próxima reunião entre o Governador Eduardo Leite e os diretores gerais do Cpers, para dar prosseguimento nas negociações. “Esperamos que o Governo se sensibilize e que ele perceba que nossa categoria é uma das mais sofridas e sacrificadas, que realmente estamos precisando desse reajuste porque estamos com nosso salário defasado em mais de 100%. Estamos pedindo o mínimo”, finaliza.