O mundo inteiro foi massacrado diuturnamente, desde quinta-feira, com imagens, sons e “opiniões abalizadas” sobre os fatos ocorridos na Arena do Grêmio quando do jogo contra o Santos, de São Paulo. Uma moça, com carinha de ingênua, chamou o goleiro do time paulista de “macaco” e foi flagrada por várias das dezenas de câmeras que estão na Arena, das emissoras de TV e das distribuídas no estádio. Além dela, uns oito ou dez guris imitavam o som atribuído a macacos, também dirigido ao goleiro santista. Partir daí o que se viu foi um festival de agressões à moça e, mesmo, aos seus familiares. Sua casa foi apedrejada. O Grêmio foi taxado de “racista”, assim como sua torcida, por alguns “jênios” (com “j”, mesmo) da imprensa. A revista Placar publicou um texto no seu site recheado de agressões ao Grêmio e à sua torcida, principalmente. No domingo, no jogo contra o Bahia, a torcida que fica no setor sem cadeiras da Arena, caracterizado como o “setor da geral”, cantou algo que vem fazendo há muitos anos, incluindo nesse canto a palavra “macaco”. Foi o que bastou para descerem todas as sete pragas do Egito e muito mais sobre o Grêmio e sua torcida. Poucos lembraram que foi o próprio Internacional que colocou como seu mascote um macaco e que, praticamente em todos os jogos, torcedores seus são filmados fantasiados assim. Não entendi como “racista” o canto, assim como nunca foi entendido desde que começou a ser usado pela Geral do Grêmio. Aí o Conselho de Administração do Grêmio resolveu “suspender a Geral”, pelo que TODOS os seus membros – não só os que proferiram injúrias racistas – dos jogos do Clube. Quatro medidas foram anunciadas: “1) Suspender por tempo indeterminado qualquer atividade da torcida organizada denominada Geral do Grêmio; 2) Proibir, por parte da referida torcida, a utilização das marcas de propriedade intelectual do Clube; 3) Identificar possíveis sócios envolvidos no episódio para ultimar medidas administrativas visando seu desligamento da atividade associativa e da frequência ao estádio, se for o caso; 4) O Clube, diante dos últimos fatos ocorridos em relação ao campo de jogo, estudará, em conjunto com a Arena, formas de evitar que novos incidentes acarretem em multas, perda de mandos de campo e prejuízos à imagem do clube e de sua ordeira torcida”. Como o Grêmio não conquista nada há 14 anos, subentende-se que a “culpa é da Geral” e que agora o problema será resolvido. Será mesmo, torcedor gremista? Enquanto isso, o jogador Diego Maurício, do Flamengo, denuncia torcedores do Santos por racismo e o Flamengo emite Nota Oficial repudiando. Será que merecerá o mesmo destaque agora, de parte da “imprensa especializada”? Ou será que injúria racista na Arena é diferente daquela da Vila Belmiro? Temo por tudo o que poderá vir a partir de agora. O problema está longe de ser resolvido, sem dúvidas.