Em 1996, 1997 e outros, antonio brito, então governador do Estado, promoveu uma “Privataria”, a exemplo de fhc no governo federal, que deveria ter sido alvo de profunda e intensa conferencia. Nada foi feito. A CEEE entregou grande parte de seu patrimônio, assim como a CRT (Companhia Rio-grandense de Telecomunicações) por preços que mereciam, no mínimo, investigação. Claro, só o patrimônio e as faturas para cobrança foram transferidos, as dívidas, inclusive trabalhistas, ficaram para o povo gaúcho pagar (e creio que ainda não terminou). Obviamente, foram sucateadas pela má gestão dos sucessivos políticos que delas se serviram para proporcionar benesses a seus partidos ou correligionários.

“Privataria RS – Parte II”? II
Disseram, também, na época, que o dinheiro da “venda” serviria para os problemas de caixa do Estado. Só não venderam o Banrisul porque houve mobilização forte contrária. Agora, sob o pretexto de “reduzir custos”, querem vender mais estatais e até Fundações. Será a reedição da “Privataria RS”, em sua segunda parte? As alegações me reportam ao “caso do sofá”. Uma família devia cem mil reais e resolveram vender o sofá da sala para “pagar dívidas”. Claro que ficaram sem o sofá e com as mesmas dívidas.

Culpa de quem?
Ampla matéria do jornal ZH mostrou que o endividamento do Estado vem de sucessivos governos. O antonio brito vendeu o que pôde; Olívio sacou do Caixa Único; Rigotto aumentou brutalmente impostos e sacou depósitos judiciais; Yeda vendeu quase metade do Banrisul por míseros três bilhões e pediu um bilhão e cem milhões de dólares emprestados; Tarso sacou depósitos judiciais e agora Sartori, aumentou impostos, sacou depósitos judiciais e quer porque quer vender tudo o que puder do patrimônio do Estado. Resolverá? A resposta, facílima, será dada em pouquíssimo tempo: certamente, NÃO!

Outras soluções?
Sim, claro que existem e já foram apontadas por muita gente, notadamente por pessoas ligadas aos agentes fiscais da Receita Estadual. A principal delas é combater a sonegação com toda a intensidade possível e, para tanto, é necessário aumentar consideravelmente o número de fiscais. Outra solução é cobrar os “incentivos” concedidos a grandes empresas, as que não deram a contrapartida contratual (notadamente, os empregos que deveriam criar). Segundo o SONEGÔMETRO ICMS/RS, a sonegação já atingiu SETE BILHÕES DE REAIS de 01 de janeiro a 15 de dezembro de 2016. Dá para entender o porquê de estarem pagando até salários com atraso e inventarem venda de estatais e fundações, não é mesmo?

E há mais soluções…
Claro que há. No âmbito nacional, o sonegômetro já chegou, em 2016, a QUINHENTOS E QUINZE BILHÕES DE REAIS (que pagaria 20 anos do Bolsa Família). A “tchurma” aquela é ligeirinha em divulgar que a arrecadação de impostos no Brasil já está perto de DOIS TRILHÕES, mas fingem esquecer essa brutal sonegação. E fingem, também, desconhecer todas as isenções, reduções e desonerações tributárias. Não fosse essa política do “PRIVATIZAR LUCROS” e “SOCIALIZAR PREJUÍZOS” que o “ótimo” sistema capitalista brasileiro (que alguns desinformados entendem como “comunismo” ou “socialismo”) enfia goela abaixo do povo brasileiro, omisso e cordato como sempre foi. Eles adoram o “bolsa grandes empresários e banqueiros”, mas abominam do bolsa família. Interessante, não? Ah, sim, contestações fundamentadas podem ser enviadas no e-mail da coluna. Terei prazer em publicá-las.