Tendo como missão transformar o RS no melhor Estado para se viver e trabalhar, o movimento “Agenda 2020”, composto por instituições e empresas que buscam um futuro melhor, através da organização de projetos e apresentação de propostas ao Governo do Estado, realizou na noite desta terça-feira, 31, no salão de eventos do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves  (CIC-BG), um encontro que reuniu lideranças políticas, empresariais e membros da comunidade para pautar e processar dados, indicadores e tendências de Bento Gonçalves e região.

Ocorre no salão de eventos do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), a apresentação de algumas tendências globais e o panorama socioeconômico da região e do Estado, através da Agenda 2020.O objetivo do evento é reunir e pensar soluções em conjunto para o futuro do Rio Grande do Sul.

Publicado por Jornal Semanário em Terça-feira, 31 de julho de 2018

Organizados com diversos agentes da sociedade para construção de estratégias em comum a partir das realidades locais; e geração de uma visão compartilhada de futuro, propondo ações em diversas áreas de interesse, acompanhando os resultados através de indicadores, o evento foi coordenado pelo presidente da Agenda 2020, Humberto Busnello, que apresentou tendências globais, o panorama socioeconômico da região e do Estado através da Sinaleira 2020, fomentando a troca de ideias e experiências para soluções em conjunto para o futuro do Rio Grande do Sul. “Nossa proposta para 2018 deve envolver toda a sociedade. O desafio que se lança hoje é nos unirmos para transformar o Rio Grande do Sul”, ressalta o empresário da construção civil.

Para Busnello, o evento é uma grande oportunidade para a sociedade civil reunir-se para debater os desafios e ampliar suas relações institucionais necessárias ao desenvolvimento socioeconômico da Região da Serra Gaúcha. O empresário destacou os principais avanços que tiveram influência da Agenda 2020, entre eles, a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, em 2015. “O estado do Rio Grande do Sul precisava avançar em alguns pontos básicos, entre eles, a aprovação de uma legislação que nivelasse os gastos do governo e conseguimos. Agora falta balizar a questão da previdência estadual, definindo datas e outros dados que ainda precisam ser ajustados. É necessário para que consigamos alavancar o Rio Grande do Sul”, afirma.

Criada em 2006, a Agenda 2020 surgiu com o propósito de fim de traçar estratégias para os rumos de desenvolvimento a serem adotados pela iniciativa privada e pelo poder público até o ano de 2020. Após as explanações, os participantes foram divididos em grupos para discutir os problemas locais e da região, a fim de elencar as prioridades que serão inseridas em um documento, que no mês de setembro será abordado em uma plenária estadual. Posteriormente, as demandas serão entregues aos candidatos ao governo do Estado, com a compilação de estratégias coletivas em mais de 10 áreas, entre elas agronegócio, desenvolvimento regional, educação, gestão pública, infraestrutura, inovação e tecnologia, saúde e segurança.

Indicadores regionais alternam bons e maus índices

Na Sinaleira 20/20, os indicadores socioeconômicos do que devem parar, prosseguir ou melhorar nas áreas de economia, educação, segurança, emprego, saúde e saneamento alternaram bons e maus índices. Se dados como PIB receberam sinal verde, a segurança ganhou vermelho. Enquanto houve crescimento do PIB de 4,5% entre os anos de 2005 e 2015 – superando a média do Estado de 4,1% –, a taxa de homicídio também aumentou. Em 2007, a cidade registrava 8,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, número que saltou para 28 em 2017– superior à média do Estado, que é de 23,1. Outro fator da segurança que foi elencado entre os índices que devem parar está ligado aos crimes relacionados ao tráfico de drogas que, entre 2007 e 2017, saltaram de 52 para 198.

O desenvolvimento regional foi um dos pontos positivos da pesquisa. O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, que engloba variáveis como educação, saúde e renda, mostrou Bento com alto grau de desenvolvimento, atingindo um índice de 0,855, superando os 0,800 considerados para tal posicionamento. Outro dado que ganhou verde foi o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (séries iniciais), com nota superior à média 6, chegando a 6,2.

Entretanto, neste mesmo quesito para as séries finais, a nota está no vermelho – 4,7. Bento também está no vermelho quanto ao saneamento. Embora o esgoto da cidade seja coletado, ele não é tratado – apenas Santa Tereza aparece neste ranking com desempenho satisfatório entre as 11 cidades regionais analisadas pela Sinaleira. Ouro quesito que Bento precisa sair do vermelho é na gestão fiscal. O índice da cidade está em 0,498, bem abaixo do 0,800 considerado ideal.

Quanto à taxa de mortalidade infantil, Bento registra sinal verde, com números de países desenvolvidos – 4,7 mortes no primeiro ano de vida para cada mil nascimentos. “É uma região com uma sinaleira bastante verde, superior à de outras regiões do Estado”, disse Leonardo Spindler, embora Bento precise sair do amarelo nas questões de leitos hospitalares (tem 2,5 para cada mil habitantes, sendo o ideal 3), carteira assinada (tem hoje uma população ativa com carteira assinada de 50% quando o ideal é 60%) e saneamento (estancar para 31 litros até 2033 as perdas para cada 100 litros de água tratada, hoje em 43 litros).

Fotos: Emanuele Nicola e Exata Comunicação