A previsão do setor vitivinícola, após as primeiras semanas de vindima, é de que na safra 2016 serão colhidos cerca de 350 milhões de quilos de uva, o que representa 50% em relação a 2014/2015 e 40% em relação à média dos últimos cinco períodos. Para compensar, os relatos que chegam das vinícolas e dos viticultores indicam a boa qualidade da matéria-prima que será utilizada na elaboração de vinhos, sucos, espumantes e outros produtos. Os motivos para a quebra, cujo volume será verificado no final da colheita, estão relacionados à instabilidade climática: inverno com altas temperaturas – e a consequente antecipação da brotação – excesso de chuva no período da floração, geadas tardias e granizo.

O presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, explica que a diminuição do volume pode trazer benefícios quanto à qualidade. O enólogo também informa que nesta safra o ciclo tem se mostrado tardio e que o clima no primeiro mês de colheita é favorável para bons índices de graduação das variedades de uvas que ainda serão tiradas dos parreirais. “Seguramente teremos perda de volume, que pode ser maior ou menor, dependendo da região, mas as uvas que estão sendo colhidas apresentam boa sanidade e cor”, sintetiza.

Para o presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e vice-presidente do Ibravin, Oscar Ló, os estoques, que passam dos 300 milhões de litros, deverão ajudar no abastecimento de mercado. “Considerando as vendas registradas em 2015 e até uma certa diminuição no volume que deve ser comercializado, certamente teremos produtos para atender à demanda do consumidor”, acredita. As vendas referidas por Ló foram de 390 milhões de litros até o mês de novembro, incluindo todos os produtos vitivinícolas: vinhos tranquilos, sucos, espumantes, vinagres, mosto, entre outros.

Informações da Assessoria de Imprensa Ibravin.