Diz Antonio Cettolin, presidente, que encerra gestão dia 27, falando de conquistas e avanços necessários, inclusive na representação política da Região no Estado e País

Segurança pública, judicialização da saúde, centro regional de traumatologia, ingresso de novos municípios na entidade e muita união das cidades para avançar em conquistas regionais são alguns dos enfoques que o prefeito de Garibaldi, Antonio Cettolin, cuja gestão à testa da presidência da AMESNE- Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste- encerra no próximo dia 27 de abril. Mais do que isso, fala do eixo BR470 que em breve formará um conglomerado urbano único em alguns trechos, e da capacidade de união da região em torno de objetivos comuns, uma união que não acontece ainda de forma suficiente no campo da necessária representatividade política estadual e federal que já teve grande repercussão no passado e hoje poderia ser bem maior.

Segurança na BR 470

Cettolin salienta como enfoque principal de sua gestão a atenção com a segurança pública que envolve todos os municípios e o próprio Estado . “Juntamente com o Secretário de Segurança do Estado a Amense reuniu os municípios da região para buscar a instalação de câmeras de segurança não apenas nas áreas urbanas mas também junto à BR470. E isso iniciou com Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, unificando para criar uma central de monitoramento regional em Bento Gonçalves que está praticamente pronta, “o projeto está evoluindo” afirma Antonio Cettolin.

Em entrevista a Ana Inês Facchin, do Jornal Semanário, Cettolin falou das necessidades regionais. Foto: Valéria Loch, Divulgação

A federalização da BR 470 começou antes do mandado de Cetolin mas ele destaca como um fato importante conquistado pela união de entidades como o CIC Serra, Amesne, mais prefeituras, entre outros, propiciando também a tão esperada rótula no Trevo da Telasul, inaugurada recentemente. Mas Cetolin diz que ainda falta mais, porém isso está sendo discutido também pelo COREDI, que envolve 38 municípios, como é o caso da duplicação da BR470, da RS 453 entre Garibaldi e Farroupilha e de uma terceira pista entre Farroupilha e Caxias do Sul. Outra ligação asfáltica na pauta, em parceria com o Vale do Taquari, é a ligação entre Muçum e Santa Teresa, que também continua em discussão.

Comitê Regional da Saúde

Outra prioridade da gestão foi a criação do Comitê Regional de Saúde que abrange a Ortopedia e Traumatologia. “Essa carência até hoje ainda não está suprida e por isso foi criado este comitê, abrangendo também a questão da Judicialização da saúde, comenta Cettolin, “Como não existe uma regionalização da traumatologia, os pacientes acabam indo para a lista do Estado e então acontece de pessoas ficarem até três ou quatro anos à espera para fazer uma cirurgia”.

Farmacêutico

A questão que impunha aos municípios ter um farmacêutico em cada posto de atendimento para poder repassar os medicamentos, previamente receitados por médicos, aos pacientes, também foi superada com o esforço da Amesne e Cettolin considera essa “uma grande luta e uma grande conquista. Afinal, os municípios não vendem remédios, apenas entregam para as pessoas mediante receita médica. Manter um farmacêutico em cada posto seria inviável.

Plano Diretor

A revisão do Plano Diretor e de Mobilidade Urbana é mais uma preocupação da Amesne já que é necessária em todos os municípios e deve estar pronto até 2019. Cettolin entende que quanto mais cedo forem realizadas as modificações que precisam ser feitas, mais rápido será o processo de elaboração de projetos com abrangência regional.
Cisga

A parceria com o CISGA (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha) é citada como um fato importante na Amesne para Cettolin, já que sua finalidade principal é promover economicidade de forma coletiva aos municípios, bem como implantar iniciativas na promoção de desenvolvimento sustentável. O objetivo do CISGA é atuar na gestão associada de serviços públicos nas diversas áreas de atuação da administração pública. Consoante a este propósito o consórcio está habilitado a receber convênios ou outros instrumentos ou outros instrumentos para implementação das ações previstas em seu planejamento. Um bom exemplo, diz o presidente da Amesne, foi a aquisição de um veículo, através do CISGA para a polícia regional de Bento Gonçalves que atende também Garibaldi, Carlos Barbosa, Veranópolis, Nova Prata e outros.

Reunião com TCE

A ASMENE também promoveu uma reunião com o Tribunal de Contas do Estado e os gestores para dialogar com o órgão fiscalizador no sentido de resolver dúvidas e esclarecer iniciativas. Outra aproximação que trouxe benefícios para a entidade segundo Cettolin, foi com o Ministério Público e com o Judiciário como um todo. “Hoje existe uma parceria buscando amenizar a problemática e tentar resolver da melhor forma possível as questões”, diz Cetolin.

Pacote Fiscal do Estado

“Existe uma luta pra aprovação do pacote de ajuste fiscal do Estado” afirma Cettolin. Ele reconhece que muitos acham ruim mas que, para os municípios, é importante pois há necessidade de adaptações. O Estado, por exemplo, já aprovou o teto máximo para aposentadoria e os municípios também “terão que se adaptar a isso porque a situação em que o Estado está hoje os municípios podem estar amanhã”.

Vinda da UFRGS

Na área da educação e cultura, Cettolin enfatiza a luta para a vinda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Já existe uma comissão formada e o terreno escolhido é da Embrapa, entre Bento Gonçalves e Garibaldi. Já aconteceu inclusive uma reunião em Brasília. Fica no miolo da Serra Gaúcha porque se localiza a 40Km de Caxias, 60Km de Veranópolis e Nova Prata, a 70Km do Vale do Taquari. Um novo encontro com a Reitoria da UFRGS está sendo agendada para viabilizar esse novo campus. Veja que no passado, quando a região Sul do estado era mais desenvolvida economicamente, foram destinadas a ela universidades federais em diversas comunidades. Depois a região Nordeste se desenvolveu, construiu suas soluções por conta, como é o caso da Universidade de Caxias do Sul. Mas o direito a uma universidade federal a nossa região tem e nisso concentramos nosso objetivo de trazer esse campus. Estamos organizados, temos o local, excelente localização, chegou a hora de termos nossa universidade federal aqui também”.

Missão Técnica

A cada dois anos a Amesne promove uma visita técnica a outros países, como já foi ao Chile e Israel. Cettolin diz que ir ao Chile, por exemplo, “esclareceu questões sobre a uva e oliveira entre outros. Já em Israel o foco foi o aproveitamento da água, o tratamento de esgoto e o gado leiteiro que tem o dobro de produtividade daqui. A próxima Missão Técnica será para os Estados Unidos no mês de agosto desse ano e o Consulado está definindo o roteiro para buscar principalmente informações sobre gestão pública como administram seus municípios e que exemplos podem ser adaptados”.

Crescimento

A AMESNE engloba hoje trinta e quatro municípios e recentemente teve a adesão de São Valentim do Sul. E agora Dois Lajeados também cogita participar da AMESNE, ressalta Cettolin. “Vamos incrementando cada vez mais nossa entidade” é a postura de Cetolin que entrega o cargo dia 27. Gestão conjunta dos municípios para resolver problemas em comum é um lema do presidente.

Desafio político

”O coletivo é extremamente importante” pontua Cettolin. A baixa representatividade política estadual e federal da Serra Gaúcha é vista como um desafio a ser superado já que, segundo Antônio Cetolin, na época de eleições cada partido político pensa por si não pensa regionalmente, o que se reflete como um dos pontos fracos da região atualmente. Ele diz que se fala em dez a doze candidatos nas próximas eleições e com isso a grande probabilidade é que não se eleja nenhum. Cita Caxias do Sul que também tem essa queixa mesmo tendo Mauro Pereira como suplente que assumiu como deputado Federal e Pepe Vargas. “’ É extremamente importante termos aqui um deputado como Mauro Pereira, que já ajudou na liberação de R$16 milhões para a região, temos sentido isso todos os dias. Mas o potencial da região permitiria termos mais representantes, sem dúvida, o que nos fortaleceria ainda mais e seria meritório. Mas infelizmente não acredito numa mudança do quadro a curto prazo, com esse modelo eleitoral de agora e com a quantidade excessiva de partidos. Torço para que surjam novas lideranças fortes, que venham representar os municípios que integram a AMESNE”.

Persistência

Para o futuro da entidade Cettolin diz que um dos desafios importantes será sentar com a bancada gaúcha no sentido de pleitear verbas para diversas áreas na Serra, como foi feito com a BR116 entre Pelotas e Rio Grande. “Ser persistente é fundamental e agir em favor do coletivo é sinônimo de crescimento”, finaliza.