Prêmios a vencedores de concurso de redação são entregues

A Coordenadoria da Mulher e o Centro Revivi realizaram, na última sexta-feira, 10, a entrega da premiação aos vencedores do primeiro concurso de redação sobre conscientização da violência contra a mulher. O ato aconteceu na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves. Gianlucas Marcolin, estudante do Colégio Landell de Moura, conquistou o primeiro lugar. Mariana Caldeira e Mariah Blankenburg, do colégio Marista, conseguiram a segunda e terceira colocação, respectivamente.

A ideia por trás da realização do concurso está nos “16 dias para ativismo contra a violência doméstica”, ação que foi realizada pela Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social (SEDES), por meio das instituições de defesa da mulher no município. O tema do texto era “Educação e cultura: os caminhos para prevenção da violência contra a mulher” e os participantes eram alunos do ensino médio e fundamental dos anos finais de escolas das redes municipal, estadual e também particular de ensino.

A comissão que julgou os melhores textos era formada por uma professora de português da Secretaria Municipal de Educação (SMED), uma representante do Centro Revivi, outra do gabinete da 1ª dama, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) e uma da Brigada Militar.

O problema na visão das crianças

Os jovens estudantes precisavam discorrer sobre a situação atual da violência doméstica e quais os possíveis caminhos, na visão deles, que poderiam servir como auxílio na resolução desses casos. A coordenadora do Centro Revivi, Patrícia Da Rold, diz que a ideia por trás do tema era fazer os participantes refletirem e proporem intervenções alternativas na prevenção da violência.

O vencedor do concurso mencionou que a causa do problema vem de anos. “Em parte, o nível desse desafio é resultado de uma cultura em que a mulher ao longo de muito tempo foi tratada como um ser submisso, incapaz e predestinada a cuidar do lar”, justifica.

Mariana, segunda colocada, escreveu em sua redação sobre consequências psicológicas que são sofridas por mulheres violentadas. “Os danos físicos e psicológicos são diversos, o que leva as vítimas, mesmo com a divulgação e incentivo à denúncia dos ocorridos, a ficarem caladas sem procurar nenhuma ajuda. O apoio psicológico em momentos assim e na recuperação das mesmas é fundamental”, disserta.

Já a Mariah, terceiro lugar, utilizou de uma frase da lei nacional de proteção a mulheres para embasar seu texto. “Segundo Maria da Penha, ‘a vida começa quando a violência acaba’. Nesse contexto, é evidente que a violência, seja ela em qualquer de suas formas de manifestação, pode acarretar em consequências expressivas à vida da vítima”, embasa.

Soluções da violência

Num todo, os vencedores do concurso de redação escreveram que um dos caminhos de solução passa pelo suporte a vítima e conscientização do assunto em outros ambientes. “É extremamente importante que mostremos apoio a todas vítimas, sempre pensando em como enfrentar e superar a violência”, projeta Mariana.

Gianlucas também observou em seu texto que a colocação da mulher no mercado de trabalho é importante para que se tenha uma independência financeira e, dessa forma, possa sair de um relacionamento abusivo sem se preocupar com questão monetária.

Além disso, a Mariah trouxe propostas um pouco mais práticas dentro do tema. Para ela, a criação de códigos e sites adaptados a denúncias podem servir como meios rápidos e discretos para que as vítimas possam comunicar uma situação de violência. A jovem acredita que isso, junto a medidas protetivas e punição de agressores, pode ajudar na resolução desses crimes.

A coordenadora Patrícia enfatiza que a entrega dos prêmios para os alunos marca o fim da campanha de conscientização acerca da violência conta a mulher em Bento Gonçalves. Ela destaca que durante os 16 dias de programação direcionada ao público jovem, foram 1.650 crianças que participaram de palestras sobre o tema, aumentando o alcance e divulgação.

Fotos: Rodrigo De Marco