Atividades realizadas fazem bem para o corpo e a mente, mantendo a depressão e a solidão bem distantes

Os moradores carregam um grande carinho por Pinto Bandeira e isso se dá ao fato de que o município é bastante pensado para eles. Por conta disso, a prefeitura, em conjunto com a Secretaria de Saúde, criou o Grupo da Terceira Idade, pensando no físico destes idosos, mas também na mente. O grupo funciona toda segunda-feira, das 13h30min até as 15h e a ideia é movimentar o corpo com a professora que é fisioterapeuta, para que assim ninguém se machuque, e distrair a cabeça enquanto se exercita e socializa com os demais.

Como surgiu

Diva Branchi tem 63 anos, é aposentada e foi quem organizou a turma, pois via bastante demanda por um local que atendesse pessoas mais velhas e que também facilitasse a socialização deles. “O grupo surgiu diante da necessidade de o idoso ter um exercício físico direcionado por um profissional. Após a ideia, a apresentamos para a prefeitura em busca de um auxílio. Logo em seguida, eles nos cederam a fisioterapeuta”, explica.

A ideia do grupo é reunir pessoas que, muitas vezes, acabam ficando em casa, e isso afeta o idoso de diversas formas, seja no aumento de doenças físicas ou também mentais, como depressão e ansiedade, Diva fala a respeito. “Para nós, que já temos uma certa idade é muito importante. Muitas vezes ficamos em casa o dia todo, acabamos ficando mais esquecidas, então aqui a gente acaba brincando, socializando e fazendo exercícios”, conta.

Além do mais, as reuniões também facilitam para o cuidado da saúde destes idosos, visto que a Secretaria de Saúde aproveita para realizar alguns tratamentos. “O pessoal da Secretaria vem nos nossos encontros, verifica os sinais vitais uma vez por mês, ou duas conforme as necessidades, as vacinas eles aplicam aqui também, então além de ser bom para a gente, tira um sufoco da unidade de saúde”, explica.

Atualmente, grupo conta com cerca de 30 participantes. Foto: Renata Carvalho

Por trás das atividades

Para o grupo funcionar, é necessária uma pequena equipe que esteja sempre pensando nestes idosos e qual a melhor forma de atendê-los. No dia da reportagem, a turma contava com duas profissionais: a fisioterapeuta Debora Ballestrin e a psicóloga Giovana Brugnera que estava em seu último dia, mas que haveria substituição para eles não ficarem sem esta etapa do processo.

Debora, que atua com o grupo, explica o que é feito nos encontros. “A gente trabalha com exercícios e cognição. A prefeitura fez a divulgação do grupo para o município todo e eles vem porque se interessam. Eles podem vir o dia que quiserem e a idade mínima é 60 anos. Existe também um grupo pago de idosos, mas decidimos falar com a prefeitura e propor este projeto, assim alcançando mais pessoas”, explica a fisioterapeuta.

Além do mais, complementa como tem visto as atividades surtirem efeitos neles. “É muito importante eles participarem do grupo, porque não é só bom para o corpo, mas para mente também. Aqui eles podem socializar, fazer amigos, isso ajuda a afastar a depressão”, relata.

O grupo também contava com uma psicóloga especializada em gerontologia, Giovana Brugnera, de 38 anos, que trabalhava a parte de estímulos com eles. “No grupo, trabalhamos a estimulação cognitiva, então são feitas atividades que envolvam a memória, raciocínio, habilidades manuais. A prática se dá de forma divertida, como jogo da amarelinha, atividades com tinta, campo minado. Sequências lógicas também são trabalhadas, jogo da velha coletivo, entre tantos outros”, explica.

E com o passar do tempo, notava uma melhora significativa neles. “Então a gente percebe uma melhora na memória deles, relatos de que alguns eram mais isolados, mas foi chamado pelo amigo, eles chamam os vizinhos e acabam se soltando mais, tenho visto uma mudança bastante positiva desde que entraram”, finaliza a psicóloga.

Os efeitos do grupo nos participantes

A idade nunca chega sozinha, ela vem muitas vezes com complicações na saúde física, A solidão também faz parte do combo, o que auxilia na depressão e diversos outros fatores mentais que podem abalar estas pessoas. A ideia de que possam se movimentar e socializar é de extrema importância para a classe. O grupo conta com mais de 30 pessoas que se mostram cada dia mais ativas e felizes.

Inês Manara tem 73 anos, é aposentada e explica como mudou sua vida desde que entrou para a turma. “Eu não tinha esse contato com as pessoas antes do grupo, foi ele quem me proporcionou isso. Eu vi o aviso que a prefeitura colocou explicando sobre. Eles também disponibilizaram o pilates, é no mesmo local só que em horário diferente. Então a gente se inscreve na Secretaria de Saúde e quando tem vaga nos chamam”, comenta.

Jurema Tarso tem 74 anos, e as mudanças físicas já apareceram. “Eu adoro ir, porque a gente faz exercício e como é bom. Eu sempre acordava com uma dor atrás do pescoço, agora desde que eu comecei no grupo, não senti mais nada”, revela.

Olga Stuani tem 76 anos, é aposentada e também já consegue notar as melhoras. “Mudou totalmente a minha vida, me sinto tão bem ali e me distraio muito. Antes eu sentia dor aqui, dor ali, agora não sinto mais nada”, conta.

E as participantes demonstram o quanto ficam felizes ao ver a prefeitura ter este tipo de cuidado, Maria Ambrosini de 76 anos elogia. “E o melhor é que podemos socializar com mais pessoas, fico muito contente com o trabalho da prefeitura aqui na cidade. Nosso prefeito tem sido muito bom”, finaliza.