Não é de hoje que falamos em desrespeito envolvendo as questões dos portadores de deficiência física. A falta de acessibilidade, atendimento e cuidados é algo público e notório. É comum vermos campanhas nas ruas e nas redes sociais em defesa dos animais, mas, com raras exceções, vemos a comunidade se engajar da mesma forma em relação aos direitos dos deficientes. De uma forma geral, a pessoa só se importa com a causa deles quando algo acontece com um familiar.
A melhoria dos serviços prestados à comunidade é uma necessidade e uma obrigação do poder público. O país tem um longo caminho a percorrer nesta área, começando pela necessidade maior do povo que é ter a melhor qualidade do atendimento em todas as áreas. Mas existe algo, que compromete o que se fala com relação ao desenvolvimento do País, que são os problemas ligados à educação, à saúde e principalmente o descaso com as necessidades dos deficientes físicos.
Ações isoladas mostram alguns avanços, mas é preciso muito mais. O deficiente físico é um ser humano, que também paga impostos e merece a consideração e o respeito da sociedade para facilitar seu deslocamento e o atendimento que lhe é prestado.
Qualquer pessoa que já quebrou um pé, uma perna, ou qualquer parte do corpo que o limite, por um determinado tempo, sentiu as dificuldades de locomoção, principalmente pela quantidade de calçadas com desníveis, buracos e muitas construídas com material inadequado. E como fica a situação dos deficientes físicos permanentes, que precisam andar, trabalhar e se locomover, com muletas, cadeiras de rodas ou mesmo apoiados em alguém?
Os próprios moradores precisam ficar atentos quando constroem suas calçadas. Pensem naqueles que são limitados fisicamente, evitando desníveis com a calçada do vizinho, consertando sempre que acontecer um problema, visando favorecer o deslocamento de quem precisa.
Também os prédios precisam se adaptar a estas necessidades, incluindo as clínicas, os consultórios e todos os locais de serviços, pois eles tem as mesmas necessidades dos demais. Precisamos respeitar os limites físicos, de cada um, criando condições favoráveis para que tenham uma vida tranqüila, mesmo tendo que viver com os limites que a vida lhes proporcionou.
Há muito por fazer, em todos os lugares. É preciso priorizar o atendimento às pessoas que tenham algum limite físico, pois eles não impedem que sejam exemplos. E que 700 pessoas não precisem mais ficar na fila de espera por um atendimento ou, então, entrar na justiça para tê-la. É mais um desafio que precisa ser alcançado.
Por enquanto, até o poder público voltar os olhos para as necessidades dos portadores de deficiência, eles precisarão contar com a força de seus familiares e amigos, aqueles abnegados que lutam para que estas pessoas tenham um pouco de dignidade e força para seguir em frente.